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Petrobras arrenda estaleiro desativado para produzir sondas
Equipamentos serão todos destinados ao pré-sal; contrato de aluguel deve durar 20 anos e custar R$ 4 mi ao mês
Reforma do estaleiro, que será operado por empresa terceirizada após licitação, deve durar ao menos oito meses e consumir R$ 100 mi
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Para assegurar a construção
de sondas e plataformas do pré-sal, a Petrobras arrendou um
estaleiro no Rio de Janeiro e terá de investir, pelo menos, R$
100 milhões na sua reativação.
Localizado no bairro portuário do Caju, o antigo estaleiro
Ishibrás está praticamente parado. Após a reforma, que deve
durar pelo menos oito meses,
poderá receber obras de sondas
de perfuração e cascos de plataformas de grande porte.
Com a premissa de encomendar o máximo possível de
sondas e plataformas de produção no país, a Petrobras convive
com a falta de instalações para
tocar seus projetos. A saída foi
alugar o estaleiro.
O valor do contrato não foi
revelado, mas é estimado em
R$ 4 milhões ao mês. A estatal
arrendou a unidade por 20
anos com a opção de compra
após esse prazo ou de prorrogação por mais dez anos.
A direção da companhia já
deu o aval para a assinatura do
contrato e os últimos detalhes
estão sendo finalizados.
Pelo modelo escolhido pela
direção da Petrobras, a operação do estaleiro não ficará a
cargo da própria companhia.
Será repassada ao grupo vencedor da licitação para a construção de sondas ou plataformas.
Esse mecanismo já foi testado num estaleiro no Rio Grande do Sul, que é operado pela
construtora W. Torre, vencedora de licitação da companhia.
Os custos do arredamento
durante a fase da obra serão
descontados do valor total do
contrato para a construção das
sondas ou das plataformas.
Segundo executivos do setor
naval, essa foi a solução encontrada para levar seus projetos
adiante e driblar a falta de investidores interessados em assumir estaleiros no país.
Para Paulo Dalmazzo, presidente da CBD, controladora do
estaleiro, "está tudo acertado,
inclusive o preço". Ele disse
que a negociação está em sua
"fase final", embora o contrato
não tenha ainda sido assinado.
A CBD tem como sócios a Fator
Empreendimentos e a Inepar.
Inaugurado em 1954, o antigo Ishibrás possui o maior dique para a construção de navios
da América do Sul, mas está
praticamente desativado há vários anos. Serve apenas para reparos de embarcações.
Para Dalmazzo, a unidade está apta a obras de grande porte
e sua modernização não custará mais do que R$ 100 milhões.
"A infraestrutura já existe.
Com pouco dinheiro, o estaleiro estará no nível do mais moderno do país, o Atlântico Sul
[em Pernambuco], cujo investimento estimado foi de US$ 1,7
bilhão", afirma.
A Petrobras está prestes a
lançar uma megalicitação para
a construção de 28 sondas de
perfuração -todas no Brasil e
voltadas à camada pré-sal. Cada unidade pode consumir
aportes de até US$ 1 bilhão.
Procurada, a Petrobras não
se pronunciou.
Recorde
A produção de petróleo da
estatal no Brasil ultrapassou a
média de 2 milhões de barris/
dia pela primeira vez na história da companhia.
Em setembro, a média foi de
2,004 milhões de barris/dia, incremento de 1,2% sobre a produção de agosto.
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