EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar do consenso em torno da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) nessa semana, os economistas ainda divergem em relação ao momento em que a taxa básica de juros voltará a subir.
Amanhã, o BC deve confirmar a manutenção da taxa Selic no patamar atual, de 8,75% ao ano. Essa será a penúltima reunião do ano. E há quem acredite que será também o último encontro sem divergências dentro da diretoria da instituição.
Segundo a pesquisa semanal Focus, realizada pelo BC com cerca de cem analistas, os juros começarão a subir em julho de 2010. Houve mudança nas previsões em relação à intensidade do aumento -a expectativa para o final de 2010 subiu de 10,25% para 10,50% ao ano.
Os números representam a média das opiniões do mercado. Há quem aposte em um aumento ainda no primeiro semestre. Outros acreditam que o BC pode adotar medidas alternativas ao aumento de juros e adiar o aperto monetário para 2011.
O diretor da corretora NGO, Sidnei Nehme, lembra que ainda há um estoque de R$ 100 bilhões que foram injetados na economia com a liberação dos depósitos compulsórios - parcela do dinheiro dos clientes que os bancos são obrigados a manter depositada no BC.
No final do ano passado, o governo reduziu o compulsório para colocar mais dinheiro na economia. Agora, pode aumentar o recolhimento para tirar dinheiro de circulação sem ter de mexer nos juros em ano eleitoral.
A última vez em que os juros subiram foi em setembro de 2008, antes da quebra do Lehman Brothers. A piora na crise financeira levou o BC a reduzir a Selic em cinco pontos percentuais entre janeiro e julho. Desde então, não houve mudanças na taxa.


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