São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

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Fundo de pequeno investidor sobe 35%

Criado pelo BNDES, PIBB II permite revenda das cotas pelo valor do lançamento, opção que deixou de ser atrativa com a valorização

Carteira tem os 50 papéis mais líquidos da Bolsa; taxa de administração é baixa se comparada à média da que é praticada no mercado

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O investidor que aplicou no PIBB II, o fundo Papéis Índice Brasil Bovespa, tem até o fim do próximo mês a garantia de revender suas cotas pelo valor que pagou no lançamento.
Exercer esse direito, porém, não compensa mais hoje. Passados 13 meses, a aplicação acumula rentabilidade de 43% no caso das compras diretas, e de cerca de 35% nos fundos de investimentos, até o início da semana passada. O PIBB II é a segunda edição de um fundo lançado pela BNDESPar, subsidiária do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para atrair o pequeno poupador para a Bolsa.
A carteira do fundo, que tem os 50 papéis mais líquidos da Bolsa, acompanha a composição do IBrX-50 (Índice Brasil). Embora o PIBB já tenha tido uma valorização expressiva, analistas continuam a recomendar a aplicação.
"É vantajosa, principalmente para o pequeno investidor, que fica com uma carteira diversificada, com um baixo custo", diz Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da Planner Corretora.
A taxa de administração cobrada nos fundos que replicam o PIBB é de no máximo 1,5% ao ano, considerada baixa, em comparação à média das taxas cobradas nos fundos de ações, que é de 4%. Para quem aplicou direto no PIBB, comprando cotas do BNDES, por meio de corretoras, a taxa de administração é de 0,059%, sem contar as taxas de custódia e corretagem.
"O pequeno poupador consegue pagar uma taxa de administração pequena, que os grandes investidores conseguem", diz Vaz das Neves, que considera difícil apontar desvantagens no produto, para quem não é um grande investidor e não está acostumado a lidar com ações.
"É um investimento muito cômodo, com uma carteira já diversificada, que é a do IBrX-50. Quase 50% dessa carteira é composta de Petrobrás, Vale do Rio Doce, Bradesco e Itaú. O investidor só deve vender suas cotas quando achar que é hora de sair da Bolsa."
Para Beto Scretas, da Schroeder, esse momento não chegou. "É um bom investimento estar comprado num fundo bem diversificado, que reflete o índice IBrX-50, a não ser que aconteça algo com o mercado, o que não deve ocorrer", diz ele, que projeta um cenário para o IBX de 14 mil pontos até o fim do ano. O índice está em 13.300 pontos. "Teria ainda 5% de alta, e é viável que ocorra. Continua o fluxo para mercados emergentes, que ainda pode ser impulsionado por alguma surpresa positiva, avalia Scretas.
Desde o dia 25 de outubro passado e até 29 de dezembro, o investidor pode exercer seu direito de venda das cotas ao BNDES. O banco se comprometeu em recomprar as cotas do investidor, até o valor de R$ 50 mil, pelo valor nominal da época da operação. Isso servia como um seguro, caso a Bolsa viesse a acumular perdas.
Com a valorização do PIBB, essa garantia não deve ser usada, a menos que a Bolsa venha a despencar até o fim deste ano.
Mesmo que seja grande o número de resgates, isso não afeta o investidor cujos recursos permanecem no fundo. Não há problema de rentabilidade para quem fica, dizem analistas.
Uma alternativa ao PIBB seria um fundo com gestão ativa, que buscasse superar a rentabilidade de índices como o IBX, o que envolve mais riscos, e taxas mais altas. "Uma gestão ativa é outra estratégia para investidor com outro perfil. Para quem não é um grande investidor, não quer correr grandes riscos, e não acompanha de perto o mercado, o PIBB vai muito bem", diz Vaz das Neves.


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