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Fundo de pequeno investidor sobe 35%
Criado pelo BNDES, PIBB II permite revenda das cotas pelo valor do lançamento, opção que deixou de ser atrativa com a valorização
Carteira tem os 50 papéis mais líquidos da Bolsa; taxa de administração é baixa
se comparada à média da que é praticada no mercado
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O investidor que aplicou no
PIBB II, o fundo Papéis Índice
Brasil Bovespa, tem até o fim do
próximo mês a garantia de revender suas cotas pelo valor
que pagou no lançamento.
Exercer esse direito, porém,
não compensa mais hoje. Passados 13 meses, a aplicação acumula rentabilidade de 43% no
caso das compras diretas, e de
cerca de 35% nos fundos de investimentos, até o início da semana passada. O PIBB II é a segunda edição de um fundo lançado pela BNDESPar, subsidiária do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) para atrair o pequeno poupador para a Bolsa.
A carteira do fundo, que tem
os 50 papéis mais líquidos da
Bolsa, acompanha a composição do IBrX-50 (Índice Brasil).
Embora o PIBB já tenha tido
uma valorização expressiva,
analistas continuam a recomendar a aplicação.
"É vantajosa, principalmente
para o pequeno investidor, que
fica com uma carteira diversificada, com um baixo custo", diz
Luiz Antonio Vaz das Neves, diretor da Planner Corretora.
A taxa de administração cobrada nos fundos que replicam
o PIBB é de no máximo 1,5% ao
ano, considerada baixa, em
comparação à média das taxas
cobradas nos fundos de ações,
que é de 4%. Para quem aplicou
direto no PIBB, comprando cotas do BNDES, por meio de corretoras, a taxa de administração é de 0,059%, sem contar as
taxas de custódia e corretagem.
"O pequeno poupador consegue pagar uma taxa de administração pequena, que os grandes
investidores conseguem", diz
Vaz das Neves, que considera
difícil apontar desvantagens no
produto, para quem não é um
grande investidor e não está
acostumado a lidar com ações.
"É um investimento muito
cômodo, com uma carteira já
diversificada, que é a do IBrX-50. Quase 50% dessa carteira é
composta de Petrobrás, Vale do
Rio Doce, Bradesco e Itaú. O investidor só deve vender suas
cotas quando achar que é hora
de sair da Bolsa."
Para Beto Scretas, da Schroeder, esse momento não chegou.
"É um bom investimento estar
comprado num fundo bem diversificado, que reflete o índice
IBrX-50, a não ser que aconteça algo com o mercado, o que
não deve ocorrer", diz ele, que
projeta um cenário para o IBX
de 14 mil pontos até o fim do
ano. O índice está em 13.300
pontos. "Teria ainda 5% de alta,
e é viável que ocorra. Continua
o fluxo para mercados emergentes, que ainda pode ser impulsionado por alguma surpresa positiva, avalia Scretas.
Desde o dia 25 de outubro
passado e até 29 de dezembro, o
investidor pode exercer seu direito de venda das cotas ao
BNDES. O banco se comprometeu em recomprar as cotas
do investidor, até o valor de R$
50 mil, pelo valor nominal da
época da operação. Isso servia
como um seguro, caso a Bolsa
viesse a acumular perdas.
Com a valorização do PIBB,
essa garantia não deve ser usada, a menos que a Bolsa venha a
despencar até o fim deste ano.
Mesmo que seja grande o número de resgates, isso não afeta
o investidor cujos recursos permanecem no fundo. Não há
problema de rentabilidade para
quem fica, dizem analistas.
Uma alternativa ao PIBB seria um fundo com gestão ativa,
que buscasse superar a rentabilidade de índices como o IBX, o
que envolve mais riscos, e taxas
mais altas. "Uma gestão ativa é
outra estratégia para investidor
com outro perfil. Para quem
não é um grande investidor,
não quer correr grandes riscos,
e não acompanha de perto o
mercado, o PIBB vai muito
bem", diz Vaz das Neves.
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