São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Boom imobiliário ainda não aconteceu, diz Sinduscon

Apesar do crescimento do setor da construção civil, ainda não se pode falar em "boom", pois ainda há déficit habitacional. A opinião é de João Robusti, presidente do SindusCon-SP.
"O mercado está aquecido, mas ainda não aconteceu uma explosão. Há déficit."
Robusti calcula que o volume de crédito habitacional no Brasil já corresponde a 3,5% do PIB. "É muito melhor do que os 2% a que estávamos habituados. Mas isto ainda não representa um "boom" imobiliário. Basta notar que esse mesmo percentual é de 12% no México, 17%, no Chile, e de 65%, nos Estados Unidos", diz.
Na opinião dele, o país precisa ultrapassar o número do déficit habitacional atual, em torno de 7,8 milhões de moradias. "Nós temos que bater o passado e nos preparar para o futuro", afirma ele.
Com base nesse número e tendo como principal objetivo a erradicação do déficit habitacional, o SindusCon vai apresentar, no dia 23 deste mês, a todos os ministros da área econômica, um documento contendo propostas de incentivo para a construção.
O material foi escrito com base em um estudo sobre a experiência do México. "A gente quer que haja uma vontade do governo equiparando a erradicação do déficit ao Fome Zero", diz Robusti.
Entre as propostas estão o estímulo ao mercado secundário de hipotecas e recebíveis e a diminuição da burocracia na aprovação de projetos e na concessão de créditos.
Um dos focos principais é a baixa renda. O projeto prevê a criação de novas modalidades de financiamento habitacional do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), a criação de mecanismos que ampliem as garantias de crédito habitacional, a redução da carga tributária incidente na construção de moradias populares e estímulos à regularização fundiária, com o objetivo de formalizar o mercado imobiliário voltado para as classes mais baixas.
O SindusCon propõe também a racionalização na concessão de subsídios para que mais famílias possam usufruir dos benefícios, a modernização do sistema de registro de imóveis, com centralização das informações fiscais, de propriedades e dívidas, e a criação de um cadastro positivo de crédito que agilize a concessão de crédito e reduza o custo do empréstimo.

GARUPA

Benson Cowan, presidente e CEO da Butterfield & Robinson, especializada em viagens de ciclismo de luxo na Europa, desembarca em São Paulo pela primeira vez para conhecer o mercado brasileiro. O país, onde a Butterfield & Robinson atua há cerca de dez anos, já representa o terceiro mercado mais importante para a empresa, depois de EUA e Canadá. A empresa, que é conhecida pelo luxo nas hospedagens customizadas e experiências gastronômicas que oferece aos viajantes, aposta na fidelização dos clientes. "Eles já voltam de uma viagem planejando a viagem seguinte", afirma Cowan. Entre o roteiros mais procurados estão os da França e da Itália.

NO CARRINHO
A loja de número 3.000 do Wal-Mart no mundo será em São Paulo. O Wal-Mart Supercenter será inaugurado na quinta-feira, em Granja Viana, em São Paulo. Desde que abriu a primeira loja internacional no México, em 1991, a divisão internacional da empresa se tornou um negócio de US$ 77,1 bilhões, que é o quinto maior varejista do mundo em receita de vendas.

CORRIDA
A Sodexho Cheques e Cartões de Serviço entra no mercado de compras por dispositivos móveis com o Mobility Pass, pagamento de corrida de táxi via celular. O primeiro projeto da empresa com tecnologia de pagamento por voz para o mercado de benefícios, deve ser lançado em 2008.

CRISE DO IPEA 1
Ao contrário de Fábio Giambiagi, o economista Otávio Tourinho não deve voltar para o BNDES. Ele deve se aposentar. Os dois foram afastados do Ipea na semana passada.

CRISE DO IPEA 2
A UFF (Universidade Federal Fluminense) deve emitir amanhã uma nota pública de repúdio ao processo de afastamento dos quatro pesquisadores do Ipea, entre eles Gervázio Rezende, que pertence ao quadro de professores da universidade.

EM OBRAS
A Dicico, varejista de materiais de construção, abre oito lojas até o fim do ano e totalizará 16 lojas abertas em 2007. Para 2008, a previsão são mais 23 lojas.

NA ESTRADA
O governo está no caminho de criar um apagão rodoviário. A ANTT, agência reguladora de transporte terrestre, que deve regular também o transporte rodoviário de passageiros intermunicipal e interestadual, pode ser forçada a licitar mais de 2.800 linhas de ônibus que ligam a maioria dos municípios brasileiros. O risco de "operacionalização" da licitação, como se viu pelo exemplo da confusa Anac, é até maior.

FORMALIDADE
O Ministério do Desenvolvimento lança hoje a campanha "Passos para Construir e Legalizar sua Empresa". A mobilização ocorrerá em cerca de 270 cidades, com alto índice de informalidade, pelas estatísticas do IBGE. As juntas comerciais irão informar sobre vantagens da regularização do negócio.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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