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Com a crise, ministro propõe ampliar seguro-desemprego
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante da crise financeira internacional, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem
que vai encaminhar ao Codefat
(Conselho Deliberativo do
Fundo de Amparo ao Trabalhador) a proposta de elevar o número de parcelas do seguro-desemprego, encampando pedido
das centrais sindicais.
O benefício poderia ser estendido dos atuais três a cinco
meses para até dez meses, dependendo do setor econômico.
Após se reunir com representantes das centrais, Lupi
afirmou que a medida seria
"preventiva", uma vez que os
dados sobre emprego no país
não indicam deterioração.
Após a chegada de Lula à Presidência em 2003, o governo
ampliou o número de parcelas
do benefício apenas de forma
tópica, para setores específicos,
como o da pesca.
O ministro antecipou que os
dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que será divulgado
hoje, mostrará uma expansão,
com "um número positivo, mas
menor do que a média que a
gente esperava". "Não vamos
usar agora porque ainda não há
esse fato [de desemprego generalizado]", disse Lupi.
Os dados do Caged de setembro apontaram geração recorde
de 282.841 vagas, aumento de
7,2% ante setembro de 2007.
Apesar do impacto crescente
da crise internacional no Brasil,
os dados oficiais não registram
aumento do desemprego ainda.
Ontem, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o desemprego ficou em 7,5% em outubro,
uma pequena queda ante os
7,6% de setembro, quando teve
início a crise internacional.
Além de encaminhar a proposta sobre o seguro-desemprego ao Codefat, Lupi também
se comprometeu com as centrais sindicais a se empenhar
para retirar do Congresso todos
os projetos que flexibilizam a
legislação trabalhista.
"Neste momento, não dá para flexibilizar as relações de trabalho porque senão o trabalhador vai ser o grande fiador de
empresários que cometeram
erros", afirmou Lupi.
Também ficou acertado na
reunião que o governo vai estudar a desoneração completa da
cesta básica. A maioria dos
itens já está livre de impostos,
mas produtos de limpeza e higiene ainda pagam tributos.
Outra decisão envolverá as
centrais sindicais no monitoramento de recursos do FAT e do
FGTS (Fundo de Garantia dor
Tempo de Serviço), junto com
representantes do Ministério
do Trabalho. "Saímos muito satisfeitos da reunião", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho
da Força Sindical.
Segundo Lupi, os investimentos com recursos do FGTS
previstos para 2009 deverão
gerar 1.378.335 empregos em
projetos de saneamento, infra-estrutura urbana e habitação.
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