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Ibama libera obra de Jirau, mas exige novos estudos
Licença ambiental da usina foi anunciada há uma semana sem estar totalmente definida
Empresa responsável mantém previsão de iniciar funcionamento das turbinas nos primeiros meses de 2012, um ano antes do previsto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Seis dias depois do anúncio
da liberação do início das obras
da hidrelétrica de Jirau, em
Rondônia, o Ibama divulgou
ontem a íntegra da licença ambiental, que exige a apresentação de novos estudos antes da
construção dos diques, que
conterão parte do curso do rio
Madeira.
Victor Paranhos, presidente
da Enersus (Energia Sustentável do Brasil), empresa contratada para construir e operar a
hidrelétrica, acompanhou ontem, de Porto Velho, o início
das obras na estrada que dá
acesso ao local da usina, a 110
quilômetros da capital. Segundo ele, a empresa mantém a
previsão de início de funcionamento das turbinas para os primeiros meses de 2012, um ano
antes da previsão original.
A Enersus pretende obter a
licença para iniciar a construção da hidrelétrica em seis meses. Por ora, a licença divulgada
ontem proíbe expressamente
qualquer estrutura referente à
casa de força, a vertedouros,
turbinas, tomada d"água "e outras relacionadas ao arranjo geral de engenharia da usina".
"São Pedro está nos ajudando, e a vazão do rio está 30%
abaixo da média histórica", disse Victor Paranhos. "Vamos
correr contra o tempo", disse,
contando, porém, com a possibilidade de a obra ainda ser objeto de contestação na Justiça.
"O Ministério Público pode pedir a paralisação das obras a
qualquer momento."
A licença ambiental foi anunciada oficialmente na semana
passada pelo ministro Carlos
Minc (Meio Ambiente) e pelo
presidente do Ibama, Roberto
Messias. Mas os termos da licença restrita ao canteiro de
obras e construção de diques
foram discutidos no fim da semana e na segunda-feira, em
reunião que se estendeu até a
noite. Os documentos só foram
liberados, parcialmente, no início da noite de ontem. Messias
atribuiu a demora a "burocracias normais", disse.
Os técnicos do Ibama não se
opuseram ao deslocamento do
local da usina mais de nove quilômetros rio abaixo, mas não se
aprofundaram nos impactos
dos diques. Por isso, a licença
exige novos pareceres técnicos
de especialistas para avaliar os
impactos das chamadas "ensecadeiras". Os dois diques principais medem, cada um 1.600
metros de comprimento e quase 27 metros de altura.
Em maio, depois de ganhar o
leilão para construir e operar a
hidrelétrica de 3.350 MW de
potência, o consórcio liderado
pela multinacional Suez informou sobre que obtivera redução de custos mediante a mudança do endereço da usina. A
nova localização, na Ilha do Padre, fica 9,2 quilômetros distante da cachoeira de Jirau. O
pedido de licenciamento começou a ser analisado em julho pelo Ibama.
(MARTA SALOMON e LARISSA GUIMARÃES)
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