|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sem acordo, jornada menor fica para 2010
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A votação da proposta de
emenda constitucional que
reduz a jornada de trabalho
de 44 para 40 horas semanais ficou para o ano que vem
por falta de acordo entre trabalhadores e empresários.
Para pressionar pela aprovação da mudança, as centrais
sindicais prometem fazer
manifestações e greves a partir de 15 de janeiro.
Em reunião ontem com o
presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), deputados que representam
empregados e patrões concluíram que uma proposta de
consenso está difícil e decidiram criar uma comissão para
discutir o assunto.
Uma nova reunião foi marcada para o início de dezembro. Regimentalmente, o tema está pronto para ser votado pelo plenário da Casa.
O deputado Paulo Pereira
da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, afirma
que os trabalhadores estão
dispostos a negociar. Uma
das contrapartidas oferecidas seria aceitar a proposta
de desoneração da folha de
pagamento -medida reivindicada pelo setor produtivo,
mas que sempre foi atacada
por sindicalistas.
Outra alternativa, adianta
o deputado, seria escalonar a
redução da jornada, reduzindo a carga em uma hora a cada semestre. "Vamos aproveitar que no ano que vem o Brasil vai estar crescendo e é
ano eleitoral, quando os políticos são mais sensíveis, para
votar a redução da jornada",
disse Paulinho.
Para o presidente da CNI,
deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), a experiência internacional mostra
que a redução da jornada não
resolve o problema do desemprego. "O desemprego se
resolve com investimentos,
com educação e com clima
de confiança entre os empresários", disse ele.
O deputado não quis informar quais são os limites da
negociação com os trabalhadores. Declarou ainda que,
no Brasil, a informalidade é
muito elevada, e os trabalhadores alcançados pela legislação trabalhista estão cada
vez mais protegidos.
Na avaliação dos sindicalistas, a redução da jornada
para 40 horas pode gerar
mais de 2 milhões de empregos. Eles afirmam ainda que
o aumento de custo na produção seria de 1,99%, o que
representa algo marginal
diante da produtividade alcançada pelas empresas brasileiras nos últimos anos.
Texto Anterior: Lula pode ceder a centrais em aumento a aposentados Próximo Texto: Aneel ignora pedido de CPI sobre tarifa Índice
|