São Paulo, sexta-feira, 20 de novembro de 2009

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CRISE

Pobreza volta a aumentar na América Latina, afirma Cepal

SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES

A tendência de queda nas taxas de pobreza na América Latina, verificada entre 2002 e 2008, inverteu-se em 2009, como efeito da crise financeira mundial. A pobreza aumentará 1,1% na região, e a indigência, 0,8%.
Segundo projeção da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), divulgada ontem, no Chile, os 18 países incluídos no levantamento somarão, até o fim do ano, 189 milhões de pessoas na faixa de pobreza -com renda menor do que o custo da cesta básica de produtos e serviços. O índice equivale a 34% da população. Serão 76 milhões (13,7% da população) os indigentes, com renda insuficiente para a cesta básica de alimentos.
A inversão na tendência de queda da pobreza afetará os resultados da meta de erradicação da pobreza na região, fixada para o ano de 2015. Os 85% de avanço em direção a esse objetivo registrados em 2008 encolherão para 78% em 2009, segundo a Cepal.
O informe da Cepal não quantifica os índices de aumento da pobreza por país. Antonio Prado, secretário-executivo adjunto da Cepal, disse à Folha que "a situação do Brasil se diferencia substantivamente da dos outros países". Assim como Peru e Chile, o Brasil "tem revelado maior capacidade de superação da crise". Segundo Prado, "o México, por sua vinculação com a economia dos EUA, que é o núcleo da crise, e os países da América Central são os que mais puxam a estatística para baixo".

Riscos
O estudo da Cepal aponta percentuais da população vulneráveis a retornar à faixa de pobreza, nos diferentes países. Prado diz ser necessário que "a saída das medidas contracíclicas anticrise seja feita com sintonia fina", para evitar esse impacto.
Nos países da região, é maior a incidência da pobreza em mulheres e jovens. A distância entre esses grupos e o de homens adultos está em alta, inclusive no Brasil, diz o informe.


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