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PREÇOS
Economista admite que taxa pode fechar o ano entre -1% e -2%; previsão era -0,50%
Deflação de 0,30% volta a surpreender
MAURO ZAFALON
da Redação
O comportamento dos preços
em São Paulo continua contrariando as tendências tradicionais deste
período do ano. Os preços geralmente sobem em novembro, devido à entressafra de vários alimentos e à elevação sazonal de vestuário, mas os preços médios praticados em São Paulo caíram 0,30% na
segunda quadrissemana deste
mês.
Esses dados, divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) ontem, mostram
um ritmo ainda maior de deflação
do que na primeira quadrissemana, quando a queda tinha sido de
0,22%.
Após a divulgação da taxa da primeira quadrissemana, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, Heron do Carmo, previa deflação menor nas semanas seguintes. Ele estimava
uma taxa de inflação próxima a zero no final do mês.
A intensificação da queda dos
preços fez o economista da Fipe refazer sua projeção para este mês.
Agora ele acredita em deflação
(queda de preços) de 0,30% a
0,50%. Com isso, a taxa acumulada
de deflação em 12 meses até novembro deve ser de 1%.
Se ocorrer nova queda de preços
em dezembro, o ano deve fechar
com deflação entre 1% e 2%.
O coordenador do IPC da Fipe
avalia que o esfriamento da atividade econômica no país após a última crise internacional tem relação direta com a queda dos preços.
O consumo é reduzido e há muita
concorrência no comércio.
Se a queda de preços de 0,30% a
0,50% em novembro se confirmar,
será a primeira vez em que os preços caem neste período do ano
desde 1953. Essa trajetória de queda deve continuar porque os índices de inflação perderam todas as
pressões, diz Heron do Carmo.
A única pressão que persiste é a
do feijão, que está com preços 60%
superiores aos do ano passado. É
um produto de safra rápida e os
preços altos devem estimular o
plantio, diz o economista.
Alimentos
Na segunda quadrissemana deste mês, os alimentos caíram
0,12%,queda provocada pela redução de 1,2% dos alimentos industrializados.
As quedas de preços se acentuaram também no setor de habitação. Redução nos preços de aluguel e no de bens de consumo doméstico provocou deflação média
de 0,38% no setor.
Os preços do vestuário caíram
0,81%, taxa ainda maior do que a
da primeira quadrissemana
(0,43%). Tradicionalmente os preços desses produtos sobem em novembro, por causa da entrada da
moda de verão. A inflação baixa e
as taxas de juros elevadas estão
derrubando os preços de vestuário, avalia Heron do Carmo.
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