São Paulo, sexta, 20 de novembro de 1998

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TELEVISÃO
Objetivo é sanear nova empresa
Pactual quer criar Manchete "clone"

TONI SCIARRETTA
da Sucursal do Rio

O banco Pactual pretende criar uma empresa "clone" para administrar a Rede Manchete. Segundo o sócio-fundador do banco, Luiz César Fernandes, a idéia é passar todo o patrimônio e dívidas da Manchete para a "clone", sanear a nova empresa e depois vendê-la.
O dinheiro da venda da "clone" voltaria aos donos da "verdadeira" Manchete. Segundo Fernandes, a idéia é realizar trabalho semelhante ao que o banco fez na Mesbla e na Lacta, empresas deficitárias que foram saneadas e vendidas.
César Fernandes afirmou que, para criar a "clone" da Manchete, o Pactual está articulando uma trégua de um ano entre os dois grupos -família Bloch, atual administradora da emissora, e o empresário Hamilton Lucas de Oliveira- que disputam na Justiça a posse da Manchete.
Os dois grupos têm de autorizar a transferência do patrimônio da verdadeira Manchete para a empresa "clone", que seria criada pelo Pactual. Depois desse ano de trégua, os dois grupos decidiriam -na Justiça, se for o caso- como dividir o dinheiro arrecadado com a venda da empresa "clone".
Segundo César Fernandes, a família Bloch já teria aceito a proposta, mas Lucas de Oliveira, dono da IBF (Indústria Brasileira de Formulários), ainda estuda o assunto.
Procurado pela Folha, o presidente da Manchete, Pedro Jack Kapeller, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não tem o que declarar a respeito da proposta do Pactual.
O advogado de Lucas de Oliveira, Roberto Leonessa, disse que não teve conhecimento oficial da proposta, apesar de já ter conversado sobre o assunto com o Pactual.
Os funcionários da emissora, cujos três últimos salários estão atrasados, também entrariam como sócios da "clone" da Manchete.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Rio, o Pactual propôs pagar em dinheiro dois dos três salários atrasados assim que assumisse a "clone". O terceiro salário atrasado seria pago, em parte, por ações da nova empresa. César Fernandes confirma a proposta. Ontem à tarde, os jornalistas da Rede Manchete decidiram, em assembléia, aceitá-la.

"Amiga"
O grupo Bloch negou que vá deixar de editar a revista "Amiga". A revista, que deveria estar nas bancas ontem, não foi impressa porque os funcionários do parque gráfico da Bloch Editores aderiram a greve. Segundo a editora, os 50 jornalistas da "Amiga" já estão produzindo a edição da próxima semana. A Bloch informou que a revista desta semana já está finalizada e deverá ser impressa quando os gráficos voltarem ao trabalho.



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