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TELEVISÃO
Objetivo é sanear nova empresa
Pactual quer criar Manchete "clone"
TONI SCIARRETTA
da Sucursal do Rio
O banco Pactual pretende criar
uma empresa "clone" para administrar a Rede Manchete. Segundo
o sócio-fundador do banco, Luiz
César Fernandes, a idéia é passar
todo o patrimônio e dívidas da
Manchete para a "clone", sanear a
nova empresa e depois vendê-la.
O dinheiro da venda da "clone"
voltaria aos donos da "verdadeira"
Manchete. Segundo Fernandes, a
idéia é realizar trabalho semelhante ao que o banco fez na Mesbla e
na Lacta, empresas deficitárias que
foram saneadas e vendidas.
César Fernandes afirmou que,
para criar a "clone" da Manchete, o
Pactual está articulando uma trégua de um ano entre os dois grupos -família Bloch, atual administradora da emissora, e o empresário Hamilton Lucas de Oliveira- que disputam na Justiça a
posse da Manchete.
Os dois grupos têm de autorizar
a transferência do patrimônio da
verdadeira Manchete para a empresa "clone", que seria criada pelo
Pactual. Depois desse ano de trégua, os dois grupos decidiriam
-na Justiça, se for o caso- como
dividir o dinheiro arrecadado com
a venda da empresa "clone".
Segundo César Fernandes, a família Bloch já teria aceito a proposta, mas Lucas de Oliveira, dono
da IBF (Indústria Brasileira de Formulários), ainda estuda o assunto.
Procurado pela Folha, o presidente da Manchete, Pedro Jack Kapeller, informou, por meio de sua
assessoria de imprensa, que ainda
não tem o que declarar a respeito
da proposta do Pactual.
O advogado de Lucas de Oliveira,
Roberto Leonessa, disse que não
teve conhecimento oficial da proposta, apesar de já ter conversado
sobre o assunto com o Pactual.
Os funcionários da emissora, cujos três últimos salários estão atrasados, também entrariam como
sócios da "clone" da Manchete.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas do Rio, o Pactual propôs pagar em dinheiro dois dos três salários atrasados assim que assumisse
a "clone". O terceiro salário atrasado seria pago, em parte, por ações
da nova empresa. César Fernandes
confirma a proposta. Ontem à tarde, os jornalistas da Rede Manchete decidiram, em assembléia, aceitá-la.
"Amiga"
O grupo Bloch negou que vá deixar de editar a revista "Amiga". A
revista, que deveria estar nas bancas ontem, não foi impressa porque os funcionários do parque gráfico da Bloch Editores aderiram a
greve. Segundo a editora, os 50 jornalistas da "Amiga" já estão produzindo a edição da próxima semana. A Bloch informou que a revista desta semana já está finalizada e deverá ser impressa quando
os gráficos voltarem ao trabalho.
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