São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2000

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MERCADO FINANCEIRO


Expectativa de corte da Selic faz governo pagar menos para rolar dívida; juros futuros recuam

Mercado cobra juros menores do Tesouro



DA REPORTAGEM LOCAL

O Tesouro Nacional pagou taxas menores para rolar sua dívida no leilão realizado ontem. O mercado aceitou taxas de 17,11% ao ano pelos títulos prefixados (LTNs) de prazo mais longo, com vencimento em janeiro de 2002.
Na semana passada, para vender papéis com características semelhantes, o governo teve de pagar taxa de 17,57% ao ano. A possibilidade de o Copom (Comitê de Política Monetária) reduzir a Selic (taxa básica da economia) hoje foi o principal ponto que influenciou o recuou das taxas. O lote vendido foi de R$ 1 bilhão.
"O resultado nada mais refletiu que a expectativa do mercado de um corte na taxa básica amanhã (hoje)", afirma Marcelo Saddi, da BNP Asset Management.
Segundo operadores, as taxas de papéis semelhantes no mercado secundário ficaram próximas às pagas no leilão. Analistas afirmam que se não houver um corte na Selic hoje, as taxas desses títulos devem subir.
O Tesouro também vendeu LTNs (Letras do Tesouro Nacional) de prazo mais curto, com vencimento em julho do próximo ano. A taxa máxima desses papéis ficou em 16,69%, contra 16,99% no leilão anterior. Além dos títulos prefixados, o governo levou ao mercado R$ 1 bilhão de pós-fixados (Letras Financeiras do Tesouro).
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos futuros de DI (Depósitos Interfinanceiros), que representam as projeções dos juros, também recuaram ontem, refletindo a expectativa de queda da Selic.
O contrato mais negociado, com vencimento em julho do próximo ano, terminou o dia com taxa de 16,52%, contra 16,58% do fechamento anterior. No contrato de prazo mais curto (janeiro de 2001), a taxa recuou de 16,11% para 16,03%.
A Bolsa de Valores de São Paulo operou em alta durante todo o dia e fechou com valorização de 1,67%. A queda das Bolsas norte-americanas no final da tarde não afetou a Bovespa. As ações preferenciais da Telemar, as mais negociadas do pregão, fecharam com alta de 1,30%.
No mercado de câmbio, o dólar comercial terminou os negócios em queda de 0,25%. A moeda dos EUA foi comercializada a R$ 1,952 (venda).
(FABRICIO VIEIRA)



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