|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conta externa volta ao vermelho
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez desde abril, o
Brasil teve, no mês passado, déficit na conta de transações correntes. O saldo desse indicador, que
reflete operações de compra e
venda de bens e serviços com outros países, ficou negativo em US$
136 milhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central.
O resultado acumulado entre janeiro e novembro, porém, continua positivo. No período, o superávit em transações correntes ficou em US$ 3,802 bilhões. Isso
ocorre graças ao desempenho da
balança comercial. De acordo
com estimativa do BC, o superávit
deve ficar em US$ 24 bilhões.
Ainda segundo o BC, a conta de
transações correntes deve fechar
o ano com um superávit próximo
de US$ 4 bilhões -o primeiro resultado positivo desde 1992. No
ano que vem, com a expectativa
de retomada do crescimento econômico, esse saldo positivo deve
se transformar em um déficit de
US$ 4,4 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz
que os números de novembro foram influenciados pela reestruturação da dívida da BCP. No mês
passado, a empresa converteu em
investimento uma dívida de US$
1,117 bilhão que venceria em 2014.
Foi como se a BCP quitasse sua
dívida externa antecipadamente
usando suas próprias ações em
vez de fazer o pagamento em dinheiro. Com essa antecipação, a
empresa precisou pagar, de uma
só vez, os juros que incidiriam sobre o débito até 2014. Segundo o
BC, esses juros somam aproximadamente US$ 200 milhões.
Esses gastos maiores com juros
afetaram negativamente a conta
de transações correntes. Esse saldo inclui a balança comercial, a
balança de serviços (pagamento
de juros, turismo internacional e
remessas de lucros, entre outros)
e as transferências unilaterais (dinheiro enviado ao Brasil por residentes no exterior e vice-versa).
Observou-se ainda, no mês passado, um aumento nas remessas
de lucros e dividendos para o exterior. O envio de dólares para fora do país ficou em US$ 625 milhões, ante US$ 419 milhões registrados em novembro de 2002.
Boa parte dessa elevação reflete
a queda do dólar ocorrida desde o
final do ano passado. Com a valorização do câmbio, os lucros auferidos no Brasil em reais ficam
maiores quando convertidos para
a moeda norte-americana.
Texto Anterior: Capital externo: Investimento estrangeiro não chegará a US$ 10 bilhões Próximo Texto: Frase Índice
|