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São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2003

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CRISE NO AR

Marco Antonio Bologna, que era diretor-geral do banco VR, assumirá comando da empresa no início do ano

TAM vai ter novo presidente em janeiro

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A companhia aérea TAM, que, durante quatro meses, foi gerida por um presidente interino, anunciou ontem que Marco Antonio Bologna, 48, diretor-geral do banco VR, vai assumir a presidência da empresa.
O advogado Antonio Luiz Teixeira de Barros Júnior (o Totó) vai retomar seu cargo de vice-presidente do conselho de administração da companhia.
A Folha apurou que, nos bastidores, acredita-se que Bologna, que já trabalhou na TAM como vice-presidente de finanças e gestão -de março de 2001 a maio de 2003-, teria o perfil mais adequado para comandar a empresa.
Além disso, aos 64 anos, Barros Júnior -que goza de confiança na família Rolim- não estaria disposto a permanecer indefinidamente no cargo. Recentemente, o advogado, que assumiu a presidência interina da companhia aérea em agosto, com a saída de Daniel Mandelli, enfrentou problemas de saúde.
O anúncio foi recebido com uma certa surpresa no setor. A expectativa era que a TAM realmente definisse um presidente, mas não neste momento.
No entanto o consenso é de que havia necessidade dessa definição. "Uma empresa do porte da TAM não pode ter um interino, ou os diretores ficam independentes demais. Precisava haver um comando", afirmou à Folha um executivo do setor.
Em nota, a TAM afirmou que "a escolha de Bologna reforça a preocupação da empresa com a continuidade do projeto de reestruturação iniciado em janeiro".
De janeiro a setembro, a aérea acumulou um lucro de R$ 87,7 milhões. No mesmo período de 2002, havia registrado um prejuízo de R$ 619 milhões.
Bologna deve assumir a presidência da empresa em meados de janeiro, quando o banco Fator, que intermedeia a fusão da Varig com a TAM, deve discutir com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a possibilidade de manutenção do compartilhamento de vôos entre as duas companhias, que ocorre desde março deste ano.

Ajuda no "code-share"
Executivos que participam das negociações para a união das empresas aéreas acreditam que a chegada do novo presidente deve ajudar durante as conversas com o Cade, já que Bologna sempre defendeu o compartilhamento de vôos e participou das reuniões com o órgão quando este aprovou o acordo operacional.
As entidades de defesa da concorrência têm declarado que o "code-share", como o acordo operacional é chamado, terá que ser reavaliado ou até abolido caso a fusão entre as duas empresas não aconteça.
Como Varig e TAM vem sinalizando que não querem mais a união, uma vez que a situação financeira de ambas melhorou em 2003, correm o risco de que a manutenção do "code-share" -tido como um dos principais responsáveis pelo alívio nas contas- não seja permitida.
O banco Fator está redesenhando o modelo de fusão pensado a princípio e pretende levar o projeto ao Cade, mostrando que a idéia de união não foi abandonada.
No entanto diz-se nos bastidores que até agora a TAM vem rejeitando as propostas do banco.
Oficialmente, no entanto, o discurso das duas empresas nas últimas semanas é que o processo de fusão segue o cronograma estabelecido.
Na última quarta-feira, o vice-presidente executivo da Varig, Luiz Carlos Martins, disse que a carta-consulta -documento que detalha a fusão- será entregue ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) até março de 2004.
No mesmo dia, o vice-presidente comercial da TAM, José Wagner Ferreira, disse que os documentos seriam entregues ao banco para análise até janeiro.


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