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CRISE NO AR
Marco Antonio Bologna, que era diretor-geral do banco VR, assumirá comando da empresa no início do ano
TAM vai ter novo presidente em janeiro
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A companhia aérea TAM, que,
durante quatro meses, foi gerida
por um presidente interino,
anunciou ontem que Marco Antonio Bologna, 48, diretor-geral
do banco VR, vai assumir a presidência da empresa.
O advogado Antonio Luiz Teixeira de Barros Júnior (o Totó) vai
retomar seu cargo de vice-presidente do conselho de administração da companhia.
A Folha apurou que, nos bastidores, acredita-se que Bologna,
que já trabalhou na TAM como
vice-presidente de finanças e gestão -de março de 2001 a maio de
2003-, teria o perfil mais adequado para comandar a empresa.
Além disso, aos 64 anos, Barros
Júnior -que goza de confiança
na família Rolim- não estaria
disposto a permanecer indefinidamente no cargo. Recentemente, o advogado, que assumiu a
presidência interina da companhia aérea em agosto, com a saída
de Daniel Mandelli, enfrentou
problemas de saúde.
O anúncio foi recebido com
uma certa surpresa no setor. A expectativa era que a TAM realmente definisse um presidente, mas
não neste momento.
No entanto o consenso é de que
havia necessidade dessa definição. "Uma empresa do porte da
TAM não pode ter um interino,
ou os diretores ficam independentes demais. Precisava haver
um comando", afirmou à Folha
um executivo do setor.
Em nota, a TAM afirmou que "a
escolha de Bologna reforça a
preocupação da empresa com a
continuidade do projeto de reestruturação iniciado em janeiro".
De janeiro a setembro, a aérea
acumulou um lucro de R$ 87,7
milhões. No mesmo período de
2002, havia registrado um prejuízo de R$ 619 milhões.
Bologna deve assumir a presidência da empresa em meados de
janeiro, quando o banco Fator,
que intermedeia a fusão da Varig
com a TAM, deve discutir com o
Cade (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica) a possibilidade de manutenção do compartilhamento de vôos entre as duas
companhias, que ocorre desde
março deste ano.
Ajuda no "code-share"
Executivos que participam das
negociações para a união das empresas aéreas acreditam que a
chegada do novo presidente deve
ajudar durante as conversas com
o Cade, já que Bologna sempre
defendeu o compartilhamento de
vôos e participou das reuniões
com o órgão quando este aprovou
o acordo operacional.
As entidades de defesa da concorrência têm declarado que o
"code-share", como o acordo
operacional é chamado, terá que
ser reavaliado ou até abolido caso
a fusão entre as duas empresas
não aconteça.
Como Varig e TAM vem sinalizando que não querem mais a
união, uma vez que a situação financeira de ambas melhorou em
2003, correm o risco de que a manutenção do "code-share" -tido
como um dos principais responsáveis pelo alívio nas contas-
não seja permitida.
O banco Fator está redesenhando o modelo de fusão pensado a
princípio e pretende levar o projeto ao Cade, mostrando que a idéia
de união não foi abandonada.
No entanto diz-se nos bastidores que até agora a TAM vem rejeitando as propostas do banco.
Oficialmente, no entanto, o discurso das duas empresas nas últimas semanas é que o processo de
fusão segue o cronograma estabelecido.
Na última quarta-feira, o vice-presidente executivo da Varig,
Luiz Carlos Martins, disse que a
carta-consulta -documento que
detalha a fusão- será entregue
ao BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) até março de 2004.
No mesmo dia, o vice-presidente comercial da TAM, José Wagner Ferreira, disse que os documentos seriam entregues ao banco para análise até janeiro.
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