ELIANE MENDONÇA
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A Embraer anunciou ontem um contrato com a empresa aérea Air Canada para o fornecimento de 45 aeronaves, fato que foi encarado pelo vice-presidente-executivo para o mercado de aviação civil, Frederico Curado, como um "formidável presente de Natal".
Mas a venda, no valor de US$ 1,35 bilhão, que dobrará caso as opções de compra de outras 45 aeronaves se concretizarem, pode não ocorrer. O motivo da indefinição é a situação da empresa canadense, que é concordatária.
Por esse motivo, a aquisição das aeronaves está sujeita a condições que inclui um financiamento que seja satisfatório comercialmente, providências com a documentação final e a aprovação de uma série de requisitos, o que inclui os solicitados pela Trinity Time Investments, que é o financiador mais provável do contrato.
O contrato para os 45 jatos Embraer-190 é resultado de uma licitação aberta pela Air Canada, que teve outras três empresas: Bombardier, Boeing e Airbus.
O edital inicial previa a aquisição de 85 aeronaves. Mas a Air Canada dividiu o contrato entre a Embraer e a principal concorrente da brasileira, a canadense Bombardier. Cada empresa vai fornecer 45 aeronaves, com opções de compra de outras 45.
Segundo Curado, em nenhum momento houve uma negociação entre Embraer, Bombardier e Air Canada para definir a licitação.
"Acredito que a divisão ocorreu em razão do tamanho do contrato. Foi uma lógica comercial e econômica", disse.
Se concretizado, será o primeiro contrato substancial da Embraer com o Canadá. O primeiro e único, até então, foi para a venda de cinco aviões Bandeirante, na década de 80.
A Embraer tem a previsão de iniciar a entrega das aeronaves em 2005. A previsão da Air Canada é que o contrato definitivo de compra seja assinado ainda no primeiro trimestre de 2004.


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