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Arrecadação bate mais um recorde em novembro e atinge R$ 353,5 bi no ano
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação da Receita Federal no mês passado foi a melhor da história para os meses
de novembro, totalizando R$
30,873 bilhões. Com esse resultado, a arrecadação do ano já
soma R$ 353,511 bilhões e registra crescimento de 4,62%
acima da inflação.
Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita Federal,
acredita que o crescimento da
economia e a melhora na eficiência da arrecadação no ano
que vem serão suficientes para
cobrir as desonerações tributárias do pacote fiscal que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
deve anunciar amanhã.
"[As desonerações] vão exigir
mais da arrecadação, mas acho
que vamos responder a essa demanda", explicou o secretário.
Segundo ele, a dificuldade de
atingir as metas de recolhimento de tributos vem aumentando, já que os ganhos de eficiência da arrecadação tributária
tendem a ser menores com o
tempo. Nesses casos, a compensação vem do crescimento
baseado principalmente na demanda interna.
Um dos fatores decisivos para o bom resultado da arrecadação deste ano foi o Refis 3, programa de parcelamento de dívidas que arrecadou R$ 2,190 bilhões entre agosto e novembro.
O impacto positivo, no entanto,
não pode ser usado para medir
o sucesso do refinanciamento,
pelo contrário.
Dados preliminares da Receita Federal mostram que cerca de 40% das 222 mil empresas que aderiram ao Refis 3 serão excluídas do programa por
falta de pagamento da segunda
parcela do refinanciamento ou
mesmo por não terem pago integralmente a primeira cota.
Segundo Pinheiro, o alto percentual de contribuintes que
serão excluídos não é surpresa,
já que muitos usam o Refis apenas para conseguir uma certidão negativa que comprova a
regularidade fiscal da empresa.
Além do Refis, o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) cobrado em importações, bebidas e automóveis gerou ganho em R$ 1,179 bilhão
em relação ao ano passado.
Em compensação, o IPI recolhido sobre os demais setores
registrou queda de 4,46% por
causa das desonerações de máquinas e equipamentos e de
produtos da construção civil
feitas ao longo de 2005, provocando perda de R$ 540 milhões
em relação ao mesmo período
do ano passado.
As entidades financeiras
também ajudaram a turbinar a
arrecadação deste ano. Em
2005, os bancos e demais empresas do setor conseguiram liminares para não pagar o IR
(Imposto de Renda) e a CSLL
(Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido). Com a mudança nas decisões judiciais, essas
empresas voltaram a recolher
os tributos, o que gerou ganho
de R$ 2,928 bilhões.
A arrecadação em novembro
caiu 14,52% em relação a outubro. Essa queda, no entanto, é
explicada por fatores sazonais,
como a data de pagamento do
IR e da CSLL e dos royalties do
petróleo. A maior parte desses
recolhimentos é feita no primeiro mês de cada trimestre, o
que acaba reduzindo os pagamentos nos meses seguintes.
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