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Empresa fechada terá balanço auditado
Lei prevê padronização internacional para as contas
DA REPORTAGEM LOCAL
Após sete anos de tramitação, o Congresso aprovou o
projeto de lei que determina
que as empresas brasileiras de
capital aberto adotem padrões
contábeis internacionais, ditados pela Iasb (Conselho de Padrão Internacional de Contabilidade), para divulgar seus resultados financeiros.
O texto prevê ainda que os
balanços de empresas de capital fechado (que não têm ações
em Bolsa) passem por auditores independentes credenciados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Passarão
pela auditoria as empresas que
faturem mais de R$ 300 milhões ou tenham patrimônio
acima de R$ 240 milhões.
A idéia inicial era que as empresas fechadas também fossem obrigadas a publicar seus
resultados, mas a proposta foi
barrada. "Como passarão por
auditores independentes, muitas empresas deverão publicar
os seus balanços", disse Marco
Aurelio Fushida, superintendente do Ibracon (instituto dos
auditores independentes).
O projeto de lei foi aprovado
anteontem pelo Senado e segue
agora para sanção do presidente Lula. Se a lei for publicada
sem veto ainda neste ano, as
empresas deverão se adequar
aos novos padrões já a partir de
1º de janeiro. Mas, se a edição
acontecer após a virada do ano,
passará a vigorar apenas no
exercício posterior -em 2009.
Segundo Fushida, os auditores acreditam que a lei entre
em vigor já em 2008. No governo, há setores que defendem
um tempo maior para adequação das empresas. Após a edição, a lei dependerá ainda regulamentação da CVM.
Segundo Antonio Carlos
Santana, superintendente de
Normas Contábeis da CVM, a
mudança trará mais transparência, abrirá as portas para
mais empresas se financiarem
com juros internacionais e reduzirá os custos com a publicação de balanços.
Santana afirma que, muitas
vezes, empresas brasileiras são
obrigadas a publicar seus resultados segundo os padrões brasileiro (Brazilian Gaap) e o
americano (US Gaap). Com a
padronização, os balanços serão unificados, uma vez que a
SEC (CVM americana) admite
que empresas estrangeiras tenham seus balanços pelo Iasb.
Para a consultoria PricewaterhouseCoopers, a adoção das
normas internacionais representa a mais importante mudança nos relatórios corporativos desde a Lei das Sociedades
por Ações. "A conversão é um
desafio para as empresas, que
têm praticamente todas as suas
áreas afetadas", afirma a Price.
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