São Paulo, sábado, 20 de dezembro de 2008

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Bolsa de SP registra baixa de 0,61% na semana

Petrobras em queda segura a Bolsa; dólar vai a R$ 2,36

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com poucos pregões ainda para ocorrer em 2008, a Bovespa registra até o momento alta mensal, de 6,93%. Desde maio, a Bolsa paulista não encerra um mês em alta. No morno pregão de ontem, o resultado foi de baixa de 1,02%.
O esperado socorro às montadoras de automóveis nos EUA, anunciado ontem, não animou os investidores. Em Wall Street, o índice de ações Dow Jones caiu 0,30%.
Os papéis das maiores companhias da Bolsa de Valores de São Paulo voltaram a recuar, prejudicados pelo enfraquecimento das commodities.
Para as ações da Petrobras, o último pregão da semana foi marcado por quedas, de 0,63% (preferenciais) e 0,74% (ordinárias). O barril de petróleo encerrou as negociações em Nova York cotado a US$ 33,87, com recuo de 6,5%.
A segunda ação de maior peso na composição do índice Ibovespa, a preferencial "A" da Vale, terminou ontem com depreciação de 0,43%.
O setor bancário teve um dia ainda mais fraco: as ações PN do Bradesco caíram 4,47%; Itaú PN perdeu 3,67%; BB ON recuou 0,97%.
"A decisão sobre as montadoras ficou no radar dos investidores na semana. A tão esperada ajuda aconteceu, e a máxima de que a Bolsa sobe no boato e desce no fato se fez presente novamente. O mercado pareceu já contar com a ajuda do governo americano", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
A Bovespa encerrou a semana com desvalorização de 0,61%, a 39.131 pontos. Das 66 ações que formam o Ibovespa, 33 terminaram a semana em alta, 32 em baixa e uma estável.
A ação PNB da Aracruz ficou no topo das valorizações, com ganho de 14,13%. E a PN da TIM Participações foi a que mais caiu (-23,55%).
Ontem o setor de telecomunicações esteve nos destaques de alta, após a aprovação da Anatel para a compra da Brasil Telecom pela Oi (antiga Telemar). A ação Telemar ON teve apreciação de 4,5%. O papel ON da Brasil Telecom Participações ganhou 3,94%.
O dólar, após abrir o pregão em disparada, acalmou-se e terminou o pregão praticamente estável, cotado a R$ 2,36 (alta de 0,04% em relação ao dia anterior). O pico de R$ 2,471 registrado nas primeiras operações não se sustentou por muito tempo. O fluxo positivo de recursos diminuiu a pressão sobre o câmbio. As intervenções do BC, que vendeu ontem dólares e contratos de "swap cambial", colaborou para abrandar as cotações. No mês, a moeda tem alta de 1,94%.

Lento retorno
Este mês de alta para a Bovespa tem sido acompanhado pelo começo da recuperação dos investimentos estrangeiros feitos no pregão local. No dia 16, o saldo mensal das operações com capital externo estava positivo em R$ 208 milhões. Na primeira semana do mês, esse balanço estava negativo em mais de R$ 2 bilhões.
Os estrangeiros têm um elevado peso nos rumos da Bolsa paulista, respondendo por aproximadamente 34% do total movimentado em pregão. Desde junho, a categoria mais tem vendido que comprado ações. No ano, o balanço está negativo em R$ 23,9 bilhões.
Analistas têm afirmado que, enquanto o capital externo não retornar com força para o mercado doméstico, vai ser difícil de a Bovespa retomar seus melhores momentos. Em maio, a Bolsa bateu em seu pico, de 73.516 pontos. No mês de abril, a entrada líquida de capital externo no pregão foi recorde, alcançando os R$ 6 bilhões.


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