São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 2006

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TRABALHO

Cortes devem se concentrar na América do Norte e são vistos como última chance de reestruturação da empresa

Em crise, Ford deve demitir 25 mil até 2010

DA BLOOMBERG

A Ford fechará 25 mil postos de trabalho ou mais nos próximos quatro anos, num momento em que a empresa, terceira maior montadora mundial, tenta estancar seus prejuízos na América do Norte, segundo pessoas envolvidas na reorganização que será anunciada na semana que vem.
William Clay Ford Jr., principal executivo da Ford, anunciará os cortes de vagas -equivalentes a cerca de 20% da força de trabalho do setor automotivo da empresa na América do Norte- no próximo dia 23 como parte de um plano chamado de "Way Forward" (Caminho Correto).
Ford disse neste mês que o plano incluiria o fechamento de postos de trabalho, mas não especificou quantos. Se concretizado, o fechamento de 25 mil vagas será o maior já realizado pela empresa, sediada em Dearborn, no Estado norte-americano do Michigan, desde 2002.
"A Ford vê o anúncio da próxima segunda-feira como a última reestruturação no sentido de que eles talvez não tenham a chance de fazer muito mais depois disso", disse David Cole, presidente do conselho administrativo do Centro de Pesquisa Automotiva. "Esse será um dos momentos decisivos na história da Ford."
Bill Ford disse durante a Feira do Automóvel de Detroit, na semana passada, que o plano ajudaria a empresa, fundada por seu bisavô, a recuperar seus lucros. Ford perdeu dinheiro com a divisão automotiva da empresa na América do Norte em quatro dos últimos cinco trimestres. A empresa também vem perdendo participação de mercado nos EUA para concorrentes como a Toyota há dez anos.
O plano marcará a segunda reestruturação promovida por Bill Ford desde que assumiu o cargo de principal executivo da empresa, em 2001. A japonesa Toyota superou a Ford como a segunda maior montadora mundial em 2003 e deve superar a GM neste ano, alcançando a liderança mundial do setor. A Ford detinha 18,6% do mercado dos EUA no ano passado, contra 25,7% há uma década.
"Eles vão se retirar de alguns setores. Não fabricarão mais minivans, e pode ser que outras linhas sejam cortadas também: picapes de pequeno porte, utilitários esportivos de grande porte e vários outros produtos", disse Cole.


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