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TRABALHO
Cortes devem se concentrar na América do Norte e são vistos como última chance de reestruturação da empresa
Em crise, Ford deve demitir 25 mil até 2010
DA BLOOMBERG
A Ford fechará 25 mil postos de
trabalho ou mais nos próximos
quatro anos, num momento em
que a empresa, terceira maior
montadora mundial, tenta estancar seus prejuízos na América do
Norte, segundo pessoas envolvidas na reorganização que será
anunciada na semana que vem.
William Clay Ford Jr., principal
executivo da Ford, anunciará os
cortes de vagas -equivalentes a
cerca de 20% da força de trabalho
do setor automotivo da empresa
na América do Norte- no próximo dia 23 como parte de um plano chamado de "Way Forward"
(Caminho Correto).
Ford disse neste mês que o plano incluiria o fechamento de postos de trabalho, mas não especificou quantos. Se concretizado, o
fechamento de 25 mil vagas será o
maior já realizado pela empresa,
sediada em Dearborn, no Estado
norte-americano do Michigan,
desde 2002.
"A Ford vê o anúncio da próxima segunda-feira como a última
reestruturação no sentido de que
eles talvez não tenham a chance
de fazer muito mais depois disso",
disse David Cole, presidente do
conselho administrativo do Centro de Pesquisa Automotiva. "Esse será um dos momentos decisivos na história da Ford."
Bill Ford disse durante a Feira
do Automóvel de Detroit, na semana passada, que o plano ajudaria a empresa, fundada por seu bisavô, a recuperar seus lucros.
Ford perdeu dinheiro com a divisão automotiva da empresa na
América do Norte em quatro dos
últimos cinco trimestres. A empresa também vem perdendo
participação de mercado nos
EUA para concorrentes como a
Toyota há dez anos.
O plano marcará a segunda
reestruturação promovida por
Bill Ford desde que assumiu o
cargo de principal executivo da
empresa, em 2001. A japonesa Toyota superou a Ford como a segunda maior montadora mundial
em 2003 e deve superar a GM neste ano, alcançando a liderança
mundial do setor. A Ford detinha
18,6% do mercado dos EUA no
ano passado, contra 25,7% há
uma década.
"Eles vão se retirar de alguns setores. Não fabricarão mais minivans, e pode ser que outras linhas
sejam cortadas também: picapes
de pequeno porte, utilitários esportivos de grande porte e vários
outros produtos", disse Cole.
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