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AVIAÇÃO
Executivo deixa comando em 2007 após reestruturação acionária; empresa desenvolverá mais 4 modelos de avião
Botelho anuncia a sua saída da Embraer
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA
O presidente-executivo da Embraer, Maurício Botelho, informou ontem, em São Paulo, que a
empresa vai desenvolver nos próximos sete anos pelo menos mais
quatro modelos de aviões para a
área executiva. Botelho também
anunciou a sua saída da empresa
em abril de 2007.
Sem citar o valor dos projetos,
Botelho disse que a Embraer pretende criar a versão executiva dos
jatos comerciais 170 (70 assentos)
e 190 (cem assentos).
Ainda segundo Botelho, dois jatos novos também serão desenvolvidos para integrar a família de
aviões executivos da empresa,
que hoje conta com o Phenon 100
(seis lugares), o Phenon 300 (nove
lugares) e o Legacy 600 (13 a 16).
"Nós tomamos uma decisão estratégica no ano passado de nos
tornarmos uma presença forte no
mercado de aviação executiva. No
curto prazo, precisaremos ter pelo menos mais dois modelos de
aviões, que se enquadrem nas categorias entre o Phenon 300 e o
Legacy 600", disse Botelho.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva em São Paulo que tratou do projeto de pulverização do
controle acionário da Embraer.
A proposta, que transforma em
ordinárias todas as ações da empresa, dando a todos os acionistas
direito a voto, foi aprovada anteontem por unanimidade pelo
Conselho de Administração.
Em março, a pulverização será
votada em uma assembléia geral,
quando todos os acionistas poderão opinar. Ela terá que ser aprovada por mais de 50% de votos na
assembléia e ser analisada novamente pelo Conselho para valer.
Botelho disse que a pulverização é "o evento mais importante
da Embraer desde a privatização", em 1994. A mudança, segundo ele, trará mais liquidez e
valorização às ações e seria a única maneira de a empresa obter dinheiro para continuar a crescer e
desenvolver novos produtos, já
que o país não possui políticas de
incentivo ao setor aeronáutico e
os acionistas não têm capacidade
para aumentar seus aportes.
Com a pulverização, a Embraer
deixa de ser controlada pelo bloco
dos principais acionistas, os fundos de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) e Sistel
(da área de telefonia) e a Cia. Bozano, que detêm 60% das ações.
As atuais ações ordinárias vinculadas ao bloco formado por
Previ, Sistel e Cia. Bozano terão
um prêmio de 9%.
Botelho, 62, anunciou que deixará a presidência executiva da
Embraer em abril de 2007, após o
período de transição entre os modelos de estrutura de capital. À
frente da companhia desde a privatização, conduziu a Embraer de
uma situação de crise aguda para
o quarto lugar entre os fabricantes
de jatos comerciais no mundo.
Ele disse que a decisão de sair é
"pessoal" e defendeu a renovação
do controle da empresa.
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