São Paulo, sábado, 21 de janeiro de 2006

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INFRA-ESTRUTURA

Reestruturação ainda está indefinida; outros 4 grupos foram rejeitados

4 grupos disputam Brasil Ferrovias

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de segunda-feira, quatro grupos poderão esquadrinhar informações contábeis e operacionais da Brasil Ferrovias: MRS Logística, ALL, Bunge Fertilizantes e Copersucar. Eles foram escolhidos ontem pelos acionistas para participar de um processo de reestruturação acionária da empresa.
Segundo a Folha apurou, o modelo de negócio é indefinido. Os atuais controladores -BNDES e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil) e Funcef (Caixa Econômica Federal)- podem vender uma parcela de suas ações de forma proporcional entre os três, vender tudo ou aceitar uma troca de ativos.
Quem vai analisar qual é o desenho mais eficiente e lucrativo é a gestora Angra Partners.
Outros quatro grupos, também interessados, foram rejeitados, a princípio, pelos acionistas: a boliviana Ferrocarril (controlada pela americana Genesee & Wyoming), FTC (Ferrovia Tereza Cristina), a Comexport e um grupo asiático cujo nome foi guardado a sete chaves.
Isso não significa, porém, que eles foram totalmente eliminados da disputa pela Brasil Ferrovias. Mais tarde essas empresas poderão se aliar aos escolhidos pelos acionistas, montando consórcios, explicou à Folha uma pessoa ligada ao negócio.
Os dados sobre a companhia estarão disponíveis a partir da próxima segunda-feira, por três semanas. Depois disso, eles apresentarão um desenho final para sua proposta aos acionistas.

Corredor de exportação
A Brasil Ferrovias é considerada uma das mais estratégicas ferrovias do país. Por meio dela são escoados grãos, minério e madeira do Centro-Oeste em direção ao litoral paulista.
A holding estava em uma situação difícil até maio de 2005, com dívidas avaliadas à época em R$ 1,6 bilhão, quando o BNDES e os fundos de pensão capitalizaram a empresa. O pacto dividiu em dois subgrupos as três estradas de ferro que a companhia abriga: Ferroban, Ferronorte e Novoeste.
O primeiro trecho, de bitola larga, está sob as bandeiras da Ferronorte e da Ferroban. Vai de Alto Araguaia (MT) até as proximidades do porto de Santos (SP) O segundo, com uso de bitola estreita em boa parte do percurso, contempla a Novoeste e a Ferroban e liga Corumbá (MS) ao litoral.
Para analistas do setor, é provável que a ALL se interesse pela estrada de bitola estreita e não seria surpresa se ela viesse a se unir com uma mineradora, já que Rio Tinto e a Vale do Rio Doce estão fora da disputa. Nesse caso, a aposta é de uma união entre MRS e Bunge para a compra do trecho com bitola larga.


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