DA REPORTAGEM LOCAL

O investidor que tem suportado as oscilações da Bovespa nas últimas semanas deve ter mais um pouco de calma e não mexer em suas aplicações. Isso é o que aconselham os analistas.
Somente na semana passada, a Bovespa se desvalorizou em 7,16%. No ano, a queda acumulada chegou a 9,99%.
Dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) mostram que o investidor parece estar sendo paciente neste momento de fortes oscilações no mercado acionário doméstico. Até o dia 15, os fundos de ações registraram captação líquida de R$ 526 milhões -ou seja, os investidores mais aplicaram que sacaram recursos no ano.
"Quem não vendeu as ações até agora é melhor manter a sua aplicação. Principalmente para quem entrou há pouco tempo na Bolsa, meu conselho é não sair", diz Jason Freitas Vieira, da UpTrend Consultoria Econômica.
Como a Bolsa está oscilando muito e acumulando perda considerável neste começo de ano, o investidor pode ficar com a impressão de que aplicar em ações não é uma boa opção.
Mas a história recente mostra que é característico da Bolsa alternar períodos de altas e baixas mais intensas.
O segundo semestre do ano passado, por exemplo, foi marcado por muita instabilidade na Bolsa. Em julho, a Bovespa estava em seus mais elevados patamares históricos. Mas a crise internacional acabou por derrubá-la fortemente no mês seguinte. Terminado o ano, a Bolsa paulista havia se recuperado e encerrou com valorização acumulada de 43,65%, em seu melhor resultado desde 2003.
Essa alta expressiva de 2007 atraiu muitos novos investidores para a Bolsa de Valores. Tanto que os fundos de ações foram a segunda categoria com maior captação líquida no ano passado, ao totalizar R$ 18,29 bilhões em novos recursos.
O patrimônio dos fundos de ações hoje está em torno de R$ 140 bilhões, representando cerca de 12% de toda a indústria de fundos nacional.
"A aversão ao risco é pontual. Há várias ações de empresas com fundamentos bem positivos e que estão chegando a um patamar de preços bastante interessante", diz José Francisco Cataldo, analista da ABN Amro Real Corretora. (FV)


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