São Paulo, segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

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Reunião do BC e inflação são destaques na semana

Investidores se atentam a balanços financeiros nos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será o evento mais relevante na agenda doméstica desta semana. Com uma quantidade menor de dados econômicos relevantes para serem conhecidos nos Estados Unidos, a decisão sobre os juros brasileiros deve ganhar importância.
O Copom -formado por diretores e o presidente do Banco Central- deve manter a taxa básica de juros da economia estável, segundo as previsões predominantes no mercado financeiro. A taxa básica, a Selic, está em 11,25% anuais.
Porém, diante das incertezas em relação à economia norte-americana, que tem tornado o mercado financeiro global tão agitado nas últimas semanas, surpresas não podem ser descartadas.
"O Copom deve manter a taxa Selic em 11,25% mais uma vez em sua reunião deste mês, no aguardo de maiores informações sobre o comportamento inflacionário para definir os próximos passos da política monetária", prevê Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
"No cenário internacional, o nível de incertezas se elevou consideravelmente no último mês, adicionando um fator a mais de preocupação para a decisão de política monetária. Nesse contexto, de elevada incerteza externa, deterioração no quadro inflacionário, ainda que não dramática, e demanda interna aquecida, o BC deve manter a posição cautelosa na condução da política monetária", completa a economista.
Nos Estados Unidos, haverá amanhã a apresentação de dados da atividade econômica, medidos pelo Fed (o banco central dos EUA) regional de Chicago. A grande preocupação de analistas e investidores neste momento é com o tamanho da desaceleração econômica que os EUA atravessam.
Na quinta-feira, dados de vendas de imóveis usados nos EUA e de solicitações de empréstimos hipotecários estão na agenda. Está também marcada a divulgação dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, que, se vierem elevados, poderão derrubar ainda mais o preço do barril do produto.
"Para a semana, devemos ter menor liquidez devido ao feriado de Martin Luther King nos EUA, na segunda-feira, e ao feriado municipal de São Paulo, na sexta-feira. Entretanto, a semana curta não deverá reduzir drasticamente a volatilidade de curto prazo, tendo em vista a temporada de resultados corporativos. No Brasil, o grande destaque da semana é a reunião do Copom, que não deverá trazer surpresas e manter a Selic em 11,25%", de acordo com a corretora Coinvalores.
Outro dado relevante a ser divulgado no Brasil é o IPCA-15. O dado de inflação vai ser apresentado na quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expectativa é que a taxa fique em 0,70%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o índice de preços utilizado pelo governo para monitorar a meta de inflação.
Os riscos de pressão inflacionária acima da desejada, que pudesse ameaçar a meta de inflação, fizeram com que o Copom interrompesse o processo de redução da taxa Selic.
"Em uma semana mais tranqüila na divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos, o foco estará no número de venda de casas existentes, na divulgação de resultados do quarto trimestre de 2007 de empresas do setor financeiro e nos novos discursos de membros do Fed. O mercado deverá seguir bastante volátil, principalmente o acionário", diz Oscar Rudge, gestor de renda variável da Paraty Investimentos.


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