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Fiat assumirá 35% da Chrysler
Acordo prevê parceria na produção, mas não haverá aplicação de "dinheiro vivo", dizem italianos
Montadora americana considera a aliança crucial para a sua sobrevivência, apesar dos US$ 4 bilhões de ajuda recebidos há um mês
DA REDAÇÃO
A montadora italiana Fiat
concordou em assumir uma
participação de 35% na americana Chrysler, que há menos de
um mês recebeu do governo
dos Estados Unidos uma ajuda
de US$ 4 bilhões para não ir à
bancarrota. Em nota conjunta,
a Fiat diz que não planeja "investir dinheiro vivo na Chrysler
ou assumir o compromisso de
financiar a empresa no futuro".
As empresas disseram, no entanto, que a aliança é "um elemento-chave para o plano de
viabilidade da Chrysler".
Entre os analistas, há dúvidas de que o negócio possa salvar a Chrysler. Em 2008, a
montadora anunciou retração
de 30% de suas vendas nos
EUA, sobre 2007 -em dezembro a queda foi de 53%.
Não se conhecem detalhes da
contabilidade da Chrysler, que
tem capital fechado. Sabe-se
apenas que seus negócios não
vão bem, a julgar pela rapidez e
pelos termos do negócio, já que
a Chrysler entregou parte de
suas ações praticamente de
graça à Fiat.
O acordo prevê que a
Chrysler use a tecnologia da
Fiat para construir carros médios e pequenos com menor
consumo de combustível, em
suas fábricas, e possa vendê-los
na América do Norte. A Fiat
oferecerá à Chrysler acesso às
suas redes de distribuição em
outras partes do mundo. "O
acordo oferecerá a ambas as
empresas oportunidades de
acesso aos mercados automotivos mais relevantes", disse Sérgio Marchionne, presidente-executivo da Fiat.
O acordo acontece 18 meses
após a dissolução da parceria da
Chrysler com a Daimler, da
Alemanha. Por nove anos, ambas operaram como DaimlerChrysler. Em 2007, 80% da
empresa foi comprada pela
Cerberus Capital Management
(com quem a Fiat efetivamente
negocia); 20% seguem com a
montadora alemã.
A Chrysler disse que a parceria é um elemento crucial do
novo plano de viabilidade que
precisa apresentar até o dia 31
de março às autoridades americanas como contrapartida ao
socorro de US$ 4 bilhões. A Fiat
deve participar do plano.
No ano passado, a Chrysler
chegou a negociar uma fusão,
fracassada, com a General Motors. Junto da Ford, elas são conhecidas como as "três grandes" de Detroit. A Chrysler
também fechou um acordo para produção conjunta com a
Nissan-Renault, que na Europa
é concorrente da Fiat. O destino da parceria é incerto.
A incorporação de parte da
Chrysler é uma oportunidade
para a Fiat recuperar o mercado americano, onde não opera
desde 1983.
Segundo fonte ouvida pelo
"New York Times", os negociadores debateram a possibilidade de uma opção que permitiria
à Fiat elevar sua participação
na Chrysler a até 55%, mas essa
possibilidade não foi mencionada no anúncio.
A notícia foi bem recebida no
sindicato United Auto Workers
(UAW), que disse que a aliança
abre "novas oportunidades"
para os trabalhadores. A região
de Detroit possui os mais altos
índices de desemprego nos
EUA, assolada pela crise na indústria automobilística.
Apesar do otimismo, fontes
próximas à Cerberus Capital
Management disseram que o
grupo planeja cortar 10% de
seu quadro de funcionários, o
que deve incluir a Chrysler.
Em comunicado, a companhia disse que, "como qualquer
negócio responsável, [a Cerberus] constantemente avalia os
custos de sua estrutura".
Fiat
Já celebrada como eventual
salvadora da Chrysler, a Fiat
também passa por dificuldades. A montadora deve anunciar seu balanço amanhã, mas
os analistas já trabalham com
uma queda de 14,15% nos seus
rendimentos em 2008.
No mês passado, Marchionne, disse que a empresa precisava encontrar um parceiro para continuar a existir num mercado automobilístico que passa
por um momento de crise.
Com agências internacionais
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