São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Bovespa fica perto de zerar baixas do ano

Com valorização de 2,33% ontem, Bolsa de SP acumula recuo de apenas 0,22% em 2008; dólar ameaça cair para níveis de 1999

Mercados fecham em alta com o efeito positivo da ata do Fed; com o retorno do investidor externo, Bovespa já subiu 7,16% em fevereiro

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais um pregão de recuperação, a Bovespa ficou muito perto de zerar suas baixas em 2008. Ontem, a valorização conquistada pela Bolsa foi de 2,33% e, com isso, passou a ter recuo de apenas 0,22% no ano.
Já o dólar se aproximou ontem de novos patamares históricos. Com queda de 0,46%, o dólar encerrou as operações vendido a R$ 1,725, em seu mais baixo valor desde 23 de março de 2000. No ano, a moeda americana tem desvalorização de 2,93% diante do real.
Se cair hoje para R$ 1,72, o dólar voltará aos níveis praticados em 1999.
A ata do último encontro do Fomc (comitê do BC americano que define os juros), apresentada ontem, permitiu que os mercados ganhassem fôlego nas últimas horas de pregão. O mercado interpretou que o documento reforçou a expectativa de que haverá mais reduções de juros nos Estados Unidos.
Os pregões em Wall Street terminaram em alta. O índice Dow Jones, das 30 ações americanas mais negociadas, subiu 0,73%. A Nasdaq -Bolsa eletrônica dos papéis de companhias de alta tecnologia- teve elevação de 0,91%.
"A ata do Fomc acabou agradando ao mercado. A expectativa de inflação no país sofreu uma pequena alta, mas o nível de atividade econômica continua desacelerando. Isso nos leva a crer em uma continuidade na queda dos juros nos EUA", afirma André Fernandez, analista da Global Equity.
A Bovespa encerrou ontem aos 63.747 pontos, maior nível do ano e muito próxima do registrado no último pregão de 2007, que foi de 63.886 pontos. Para bater um novo recorde de pontuação, a Bolsa terá de subir pouco mais de 3%. A máxima já registrada em um fechamento da Bolsa foram 65.790 pontos em 6 de dezembro de 2007.
A alta acumulada pela Bovespa no mês já é bastante expressiva, de 7,16%.
Mas os analistas lembram que, apesar da recuperação recente, a crise internacional ainda não foi superada. O desempenho da economia norte-americana ainda preocupa, e cada dado de atividade do país vai continuar sendo acompanhado com atenção, tendo potencial para mexer com o mercado financeiro mundial.

Ações apreciadas
No pregão de ontem, apenas 3 das 64 ações que estão na composição do índice Ibovespa -o principal do mercado brasileiro- encerraram em baixa.
No topo das valorizações, apareceram ações como Telemar PN (7,70%), Braskem PNA (5,78%) e CCR Rodovias ON (5,30%). Outro destaque foram as ações PNB da Cesp, que ganharam 4,34%.
Para Fernandez, além dos papéis que estão no Ibovespa, algumas ações de menor apelo, rotuladas de "segunda linha", podem oferecer boas oportunidades de ganhos neste momento de recuperação. "Há muito papel fora do Ibovespa com preço atraente", afirma.
O cenário menos tenso no exterior tende a favorecer o retorno de capital externo para a Bovespa, após a saída recorde de janeiro. No mês, até o dia 12, o saldo dos negócios dos estrangeiros na Bolsa de São Paulo estava positivo em R$ 852,96 milhões. O retorno de dinheiro externo para a Bolsa é mais um ponto que favorece o recuo do dólar diante do real.


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