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Bovespa fica perto de zerar baixas do ano
Com valorização de 2,33% ontem, Bolsa de SP acumula recuo de apenas 0,22% em 2008; dólar ameaça cair para níveis de 1999
Mercados fecham em alta com o efeito positivo da ata do Fed; com o retorno do
investidor externo, Bovespa já subiu 7,16% em fevereiro
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais um pregão de recuperação, a Bovespa ficou muito
perto de zerar suas baixas em
2008. Ontem, a valorização
conquistada pela Bolsa foi de
2,33% e, com isso, passou a ter
recuo de apenas 0,22% no ano.
Já o dólar se aproximou ontem de novos patamares históricos. Com queda de 0,46%, o
dólar encerrou as operações
vendido a R$ 1,725, em seu
mais baixo valor desde 23 de
março de 2000. No ano, a moeda americana tem desvalorização de 2,93% diante do real.
Se cair hoje para R$ 1,72, o
dólar voltará aos níveis praticados em 1999.
A ata do último encontro do
Fomc (comitê do BC americano que define os juros), apresentada ontem, permitiu que os
mercados ganhassem fôlego
nas últimas horas de pregão. O
mercado interpretou que o documento reforçou a expectativa de que haverá mais reduções
de juros nos Estados Unidos.
Os pregões em Wall Street
terminaram em alta. O índice
Dow Jones, das 30 ações americanas mais negociadas, subiu
0,73%. A Nasdaq -Bolsa eletrônica dos papéis de companhias de alta tecnologia- teve
elevação de 0,91%.
"A ata do Fomc acabou agradando ao mercado. A expectativa de inflação no país sofreu
uma pequena alta, mas o nível
de atividade econômica continua desacelerando. Isso nos leva a crer em uma continuidade
na queda dos juros nos EUA",
afirma André Fernandez, analista da Global Equity.
A Bovespa encerrou ontem
aos 63.747 pontos, maior nível
do ano e muito próxima do registrado no último pregão de
2007, que foi de 63.886 pontos.
Para bater um novo recorde de
pontuação, a Bolsa terá de subir
pouco mais de 3%. A máxima já
registrada em um fechamento
da Bolsa foram 65.790 pontos
em 6 de dezembro de 2007.
A alta acumulada pela Bovespa no mês já é bastante expressiva, de 7,16%.
Mas os analistas lembram
que, apesar da recuperação recente, a crise internacional ainda não foi superada. O desempenho da economia norte-americana ainda preocupa, e
cada dado de atividade do país
vai continuar sendo acompanhado com atenção, tendo potencial para mexer com o mercado financeiro mundial.
Ações apreciadas
No pregão de ontem, apenas
3 das 64 ações que estão na
composição do índice Ibovespa
-o principal do mercado brasileiro- encerraram em baixa.
No topo das valorizações,
apareceram ações como Telemar PN (7,70%), Braskem PNA
(5,78%) e CCR Rodovias ON
(5,30%). Outro destaque foram
as ações PNB da Cesp, que ganharam 4,34%.
Para Fernandez, além dos
papéis que estão no Ibovespa,
algumas ações de menor apelo,
rotuladas de "segunda linha",
podem oferecer boas oportunidades de ganhos neste momento de recuperação. "Há muito
papel fora do Ibovespa com
preço atraente", afirma.
O cenário menos tenso no exterior tende a favorecer o retorno de capital externo para a Bovespa, após a saída recorde de
janeiro. No mês, até o dia 12, o
saldo dos negócios dos estrangeiros na Bolsa de São Paulo estava positivo em R$ 852,96 milhões. O retorno de dinheiro
externo para a Bolsa é mais um
ponto que favorece o recuo do
dólar diante do real.
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