São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Fed traça cenário mais pessimista para os EUA

DA REDAÇÃO

O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) disse que persistem os riscos de desaceleração da economia do país, apesar dos últimos cortes nos juros, e reduziu a sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
"Sem sinais de estabilização do setor imobiliário e com as condições financeiras ainda não estabilizadas, o [Fomc, comitê do BC americano que define os juros] concordou que os riscos negativos para o crescimento continuam inalterados depois dessa ação", afirma a ata da reunião do Fed nos dias 29 e 30 de janeiro. Nessa ocasião, o banco central dos EUA cortou os juros em 0,50 ponto percentual, para 3%. Uma semana antes, o órgão havia reduzido a taxa em 0,75 ponto percentual em encontro extraordinário -o primeiro desde 2001.
O banco central dos Estados Unidos estima agora que a economia do país crescerá entre 1,3% e 2% neste ano -em outubro do ano passado, previa uma expansão de 1,8% a 2,5%. No momento do encontro, o pacote de estímulo à economia americana já havia sido aprovado pela Câmara dos Representantes, mas precisava ainda ser votado pelos senadores.
Economistas do banco UBS disseram que os EUA já estão em recessão, puxada pelo menor gasto dos consumidores, e que ela é moderada.
O Fed também alterou as suas previsões para a taxa de desemprego e para a inflação. Naquele caso, a estimativa agora é de um índice de 5,2% a 5,3% -em outubro, a previsão era de 4,8% a 4,9%. A taxa de desemprego dos EUA ficou em 4,9% no mês passado. Já o PCE (gastos do consumidor norte-americano) deve alcançar até 2,4%, 0,3 ponto percentual a mais do que se previa.
O documento do BC americano animou as Bolsas, com os investidores satisfeitos com as perspectivas de os EUA evitarem a recessão e apostando em um novo corte na taxa de juros básica, para impedir uma desaceleração maior da economia. A próxima reunião do Fed está marcada para 18 de março.

Inflação
Ontem também foram divulgados os dados da inflação ao consumidor (CPI), que apontaram alta de 0,4% no mês passado. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o índice subiu 4,3% -muito acima da meta do Fed, que é de inflação de até 2%.
Mesmo o núcleo da inflação, que exclui os preços de alimentos e energia (mais voláteis), avançou 0,3%, a maior alta em mais de um ano. No período de 12 meses, ele subiu 2,5%.


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