São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Arrombamento foi no porto do Rio, diz polícia

DO ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ

O arrombamento do contêiner onde estariam equipamentos de informática da Petrobras aconteceu no porto do Rio de Janeiro, segundo informou à Polícia Civil a empresa Halliburton, responsável pelo transporte do material entre a sonda petrolífera de perfuração S-21, na bacia de Santos, e o porto de Macaé (a 188 km do Rio).
A S-21 foi a sonda responsável pela recente descoberta do campo de Júpiter, reserva gigante de gás na costa brasileira. O rebocador que trouxe o contêiner até o porto carioca partiu da sonda no dia 18, atracando no Rio uma semana depois.
Em nota anteontem, a Transmagno divulgou que, ao receber o contêiner no porto do Rio, não havia problema no lacre, o que indicaria que o arrombamento ocorrera no pátio da empresa Halliburton em Macaé.
Em depoimento, o motorista da Transmagno diz que a inspeção do lacre foi visual. Logo, pode ter sido violado antes e depois ter sido ajeitado para que não se percebesse a violação.
No dia 1º, a Halliburton enviou à 123ª DP (Delegacia de Polícia), em Macaé, o técnico de manutenção Guilherme da Silva Vieira, que listou as peças que teriam sido retiradas do contêiner. O caso foi tratado como furto comum. Não houve aviso sobre as supostas informações secretas que estariam inseridas nos equipamentos.
O registro da delegacia informa que Vieira, 30, em breve comunicado, relata que o furto foi praticado no terminal de contêineres da Poliportos, que opera na zona portuária do Rio. O autor do crime tem a identidade ignorada, disse o funcionário da Halliburton, que também não mencionou uma data.
Vieira diz no boletim de ocorrência que ao conferir a carga do contêiner (número SU96071), recém-chegado do Rio, no dia 31 de janeiro, notou que "o lacre estava violado, e o cadeado, trocado". Quando abriu o contêiner, deu pela falta de peças de informática.
O registro traz contradições entre as datas. No dia 30 -portanto, um antes da abertura oficial do contêiner- teria sido constatado o furto de quatro laptops e uma impressora. Um dia depois, ainda conforme o boletim, teria sido descoberta a ausência de um computador clone, dois discos rígidos de 320 gigabites, dois pentes de memória e gravador de DVD.
Responsável pelo inquérito, o delegado Daniel Gomes disse não ter reparado na divergência de informações. Falou que agora convocará Vieira para depor no inquérito, cujo trâmite é lento, e que esperava a conclusão do inquérito da PF para ter uma noção de quais pistas seguir. (ST)


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