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Gabrielli diz que país pode enviar energia à Argentina
Segundo ele, Brasil não abrirá mão do gás boliviano
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, disse ontem que a estatal não abrirá
mão do gás importado da Bolívia. Na semana passada, o vice-presidente boliviano, Álvaro
García Linera, disse que o país
não garantirá os 30 milhões de
m3 de gás acordado porque tem
que repassar o insumo também
para a Argentina, que passa por
uma crise de energia elétrica.
Segundo Gabrielli, uma das
alternativas para ajudar o país
vizinho seria exportar energia
elétrica. Ele ressaltou, porém,
que essa é uma decisão do governo, e não da Petrobras.
"Não podemos abrir mão da
molécula de gás para o mercado interno, que já está no limite. Somos também produtores
de energia elétrica, sendo que
uma possibilidade é gerar energia [para a Argentina]."
Também ontem o chanceler
Celso Amorim afirmou, na véspera da visita oficial do presidente Lula, que a relação com a
Argentina é "a mais estratégica
de nossas relações". Ele fez a
declaração na Reunião dos Ministros das Relações Exteriores
da América do Sul e Países Árabes, em Buenos Aires.
O comércio brasileiro com os
países da Liga dos Estados Árabes passou de cerca de US$ 5
bilhões em 2003 para quase
US$ 14 bilhões em 2007.
Às vésperas do encontro entre os presidentes de Brasil, Argentina e Bolívia (leia à pág.
B9), o chanceler argentino,
Jorge Taiana, disse que o diálogo entre América do Sul e árabes em matéria de energia é
"questão de alta prioridade".
Colaborou ADRIANA KÜCHLER, de Buenos Aires
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