São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

TRIGO NA PAUTA
Uma das reclamações que o presidente Lula ouvirá dos argentinos, na viagem que inicia hoje pelo país vizinho, será sobre a redução da alíquota da TEC do trigo para zero. Com isso, os moinhos brasileiros poderão importar até 1 milhão de toneladas de países fora do Mercosul sem a TEC.

À ESPERA
Os argentinos não gostaram da retirada da TEC e acusam os moinhos brasileiros de não comprarem trigo na abertura das exportações, em novembro, para pressionar a queda dos preços. Com isso, o produto argentino foi destinado para outros mercados da própria América do Sul e da África.

PARCEIRO COMPLICADO
A reclamação dos argentinos não tem fundamento, diz Lawrence Pih, do Moinho Pacífico. O governo argentino deve entender que fica impossível aos moinhos brasileiros fazer planejamento de compra sem saber quando poderão importar. Além disso, os moinhos não têm "caixa ilimitado" para fazer todas as compras de uma só vez, afirma Pih.

FOCO NA FARINHA
A reclamação sobre a redução da TEC não procede. Os argentinos têm pouco trigo para fornecer. "O interesse deles é vender farinha, e não trigo", diz Pih. A manutenção da TEC tornaria os custos dos moinhos brasileiros ainda maiores, facilitando ainda mais a entrada da farinha do país vizinho.

FATO CONSUMADO
As informações de mercado são de que a Argentina tenha, no máximo, 2 milhões de toneladas para exportar. Parte desse produto, no entanto, já estaria comprometida com a parceira Venezuela, que passa por um período de baixos estoques e inflação alta. Daí a não-abertura do registro no último dia 18, como prometido.

RECEITAS MAIORES
A soja pode deixar novamente as carnes em segundo lugar na lista das maiores receitas do agronegócio neste ano. Com os preços recordes, o complexo soja (grão, farelo e óleo) poderá romper a barreira dos US$ 13 bilhões em receitas, dependendo do volume de produto que o país tenha para exportar.

ARGENTINA AJUDA
As receitas brasileiras poderão ser maiores ainda se houver um apagão energético na Argentina. O ritmo das indústrias argentinas seria afetado, e o Brasil aumentaria as exportações de óleo e de farelo, produtos de maior valor agregado. A avaliação é de Anderson Galvão, da Consultoria Céleres.

NOVA QUEDA O quilo do frango, que já havia recuado para R$ 1,35 na terça-feira, voltou a cair ontem. O quilo da ave viva caiu para R$ 1,30 nas granjas paulistas, conforme pesquisa da Folha.


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