São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Vale reduz previsão de investimento

Mas empresa diz que não vai cortar projetos, pois ficaram mais baratos

Projeção passa de US$ 14 bi para US$ 11 bi neste ano, com destaque para carvão e fertilizantes; demissões estão encerradas, diz Vale


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Pela diminuição dos custos de material e equipamentos, a Vale reduziu sua projeção de investimentos neste ano dos US$ 14 bilhões anunciados em outubro para US$ 11 bilhões, ao mesmo tempo em que dá por encerrada a fase de demissões.
Segundo o diretor financeiro da companhia, Fábio Barbosa, não serão cortados, postergados ou modificados os projetos previstos para este ano. A redução, diz, será apenas em valores em razão da queda dos custos.
Até antes da crise, diz, a Vale e outras mineradoras pagavam "um prêmio" para contratar determinados serviços e equipamentos, dado o aquecimento do mercado. Agora, com a queda brusca da demanda e a desistência de alguns investimentos de concorrentes, os preços caíram, segundo o diretor.
Entre as novas áreas de negócio que mais receberão investimentos, o executivo ressaltou projetos de carvão -como o de Moatize, em Moçambique- e de minerais para produzir fertilizantes -a meta é reduzir a dependência brasileira de importações de 90% a 30%.
A Vale, segunda maior mineradora do mundo e segunda maior empresa brasileira, enxerga reação moderada na demanda por minério de ferro e descarta realizar novas demissões -desde o último trimestre de 2008, a mineradora cortou 1.300 empregos.
Em janeiro e fevereiro, a Vale registrou volume recorde de exportações de minério de ferro para a China, cuja demanda ficou praticamente parada no último trimestre de 2008.
No trimestre atual, a expectativa da companhia é embarcar 30 milhões de toneladas -ou 10% da produção anual da Vale- para o país asiático. Ao todo, a estimativa é chegar a embarques de 50 milhões de toneladas no período -volume menor do que os 80 milhões de toneladas do terceiro trimestre, quando a empresa não havia sentido os reflexos da crise.
"Estamos vendendo o maior volume da história da companhia para a China. É um bom sinal, mas ainda é cedo para dizer que há uma mudança de cenário. Ainda estamos operando abaixo da nossa capacidade", afirmou Barbosa.
Anteontem, a Vale anunciou queda 16% em seu lucro líquido no quatro trimestre de 2008.


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