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Regras para estagiários
também devem mudar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Junto com mais incentivos a
empresários, o governo prepara
um projeto de lei para tentar barrar o que considera abusos no
emprego de estagiários, que vêm
substituindo a contratação de jovens por relações precárias de trabalho. A principal mudança prevista no anteprojeto de lei encaminhado à Casa Civil limita a seis
horas por dia o trabalho de estagiários universitários e a três horas os estágios de estudantes do
ensino médio.
Pela lei, empresas públicas e privadas podem admitir alunos matriculados no ensino médio ou superior. O estágio não cria vínculo
empregatício. O estudante pode
receber uma bolsa ou outra forma
de remuneração, dependendo do
que for acertado em cada caso. A
lei só obriga que ele seja segurado
contra acidentes pessoais.
"O que aconteceu é que foi aberta uma porteira. Se o estudante
tem de trabalhar oito horas, ele
nem vai estudar mais. E o que
conseguimos é tornar o trabalho
do jovem mais precário", disse o
secretário de Políticas Públicas de
Emprego, Remígio Todeschini.
Limite de 20%
A proposta de mudança nas regras de estágio em discussão no
governo prevê ainda limitar a
quantidade de estagiários de um
estabelecimento em 20% do número de empregados.
Também limita a dois anos o
período máximo de estágio de estudantes universitários. Estudantes do ensino médio só poderão
fazer estágio durante um ano.
As propostas foram feitas pelo
grupo de trabalho criado em junho e formado por representantes dos ministérios da Educação,
Trabalho e Previdência. Para entrar em vigor, as mudanças precisam ser formalizadas em projeto
de lei do governo e submetidas a
voto no Congresso Nacional.
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