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DESPESA PÚBLICA
Para secretário do Tesouro, medida também aliviaria a tributação
Juro cai se gasto melhorar, diz Levy
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, afirmou ontem que o Brasil só poderá reduzir
a carga tributária e acelerar a queda dos juros se melhorar ou reduzir os gastos públicos.
Na avaliação dele, é preciso ser
feita uma discussão sobre a melhoria das despesas, o que envolve
um debate sobre gastos com saúde e educação.
"Só vai baixar a carga tributária
e acelerar a queda dos juros, que
são dois objetivos extremamente
importantes, se conseguirmos
realmente melhorar os gastos e
em alguns casos reduzi-los. É uma
discussão muito mais complexa,
no qual os interlocutores nem
sempre estão tão envolvidos", declarou o secretário, em aula magna de comemoração dos 20 anos
do Tesouro.
As declarações de Levy foram
uma resposta às críticas do economista Amir Khair, ex-secretário de Finanças da Prefeitura de
São Paulo.
Convidado para participar da
comemoração, Khair disse que os
juros são um grande empecilho
para o fortalecimento do Estado
brasileiro e acrescentou que a carga tributária é muito alta, fazendo
com que as empresas brasileiras
percam competitividade.
Reduzir tributos
Pelos cálculos do economista, a
carga tributária representa 39%
do PIB (soma das riquezas produzidas no país em um ano).
"O Brasil não pode conviver
com isso. A concorrência internacional é grande. É preciso reduzir
gradualmente as alíquotas de alguns tributos, como PIS, Cofins,
CPMF e a contribuição para o
INSS", disse Khair.
Levy concordou que os pontos
apresentados pelo economistas
são "relevantes", mas destacou
que os gastos com a máquina pública consomem entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões por ano. Já os
gastos com saúde (dentro das
chamadas despesas discricionárias) correspondem a R$ 40 bilhões. "E o Brasil é um dos países
que mais gastam com educação
em proporção do PIB", afirmou.
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