São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2006

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DESPESA PÚBLICA

Para secretário do Tesouro, medida também aliviaria a tributação

Juro cai se gasto melhorar, diz Levy

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, afirmou ontem que o Brasil só poderá reduzir a carga tributária e acelerar a queda dos juros se melhorar ou reduzir os gastos públicos.
Na avaliação dele, é preciso ser feita uma discussão sobre a melhoria das despesas, o que envolve um debate sobre gastos com saúde e educação.
"Só vai baixar a carga tributária e acelerar a queda dos juros, que são dois objetivos extremamente importantes, se conseguirmos realmente melhorar os gastos e em alguns casos reduzi-los. É uma discussão muito mais complexa, no qual os interlocutores nem sempre estão tão envolvidos", declarou o secretário, em aula magna de comemoração dos 20 anos do Tesouro.
As declarações de Levy foram uma resposta às críticas do economista Amir Khair, ex-secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo.
Convidado para participar da comemoração, Khair disse que os juros são um grande empecilho para o fortalecimento do Estado brasileiro e acrescentou que a carga tributária é muito alta, fazendo com que as empresas brasileiras percam competitividade.

Reduzir tributos
Pelos cálculos do economista, a carga tributária representa 39% do PIB (soma das riquezas produzidas no país em um ano).
"O Brasil não pode conviver com isso. A concorrência internacional é grande. É preciso reduzir gradualmente as alíquotas de alguns tributos, como PIS, Cofins, CPMF e a contribuição para o INSS", disse Khair.
Levy concordou que os pontos apresentados pelo economistas são "relevantes", mas destacou que os gastos com a máquina pública consomem entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões por ano. Já os gastos com saúde (dentro das chamadas despesas discricionárias) correspondem a R$ 40 bilhões. "E o Brasil é um dos países que mais gastam com educação em proporção do PIB", afirmou.


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