DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras e outras empresas do setor de petróleo e gás investirão no Brasil a cifra recorde de US$ 195 bilhões de 2009 a 2013 -ou R$ 439 bilhões, o que corresponde a 15% do PIB brasileiro de 2008 (R$ 2,9 trilhões). Os dados, obtidos pela Folha, são do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo).
Às companhias privadas caberá realizar investimentos de US$ 34 bilhões, a maior parte deles em parceria com a Petrobras. A estatal já havia anunciado que irá alocar US$ 161 bilhões em novos projetos no país em seu plano de negócios para o período de 2009 a 2013.
Tanto a Petrobras como as demais companhias elevaram a previsão de gastos. De 2008 a 2012, as empresas privadas previam investir, ao todo, US$ 30 bilhões. A estimativa da estatal era de US$ 97,4 bilhões.
Pela primeira vez, foram mapeados pelo IBP investimentos da Petrobras e de empresas privadas no pré-sal: serão US$ 40 bilhões ao todo - US$ 28 bilhões virão da estatal brasileira, e US$ 12 bilhões, de outras empresas. Na média anual, serão US$ 39 bilhões, 52% a mais do que a média de 2008-2012.
Segundo o gerente de Economia e Política Energética do IBP, Felipe Dias, esse ciclo de investimentos da indústria do petróleo é o maior da história do país. Tais investimentos, diz, são "perfeitamente factíveis", mas seus valores podem baixar em razão da queda dos custos do setor decorrente da redução do preço do petróleo.
"Não há por que questionar se a Petrobras tem capacidade para realizar o seu plano. Ela já assegurou o financiamento para 2009 e 2010 e não vai reduzir o ritmo de investimento. Ela quer aproveitar para investir no ciclo de baixa do petróleo [quando os custos são menores] e se beneficiar de um novo ciclo de alta dos preços quando já estiver produzindo."
No futuro, estima, os números serão ainda maiores com a exploração e produção no pré-sal. É que apenas uma pequena parcela -basicamente os primeiros investimentos nas áreas de Tupi e Iara- está nos planos da Petrobras e de suas parceiras privadas. Dias diz que a maior parcela do investimento privado será realizada em conjunto com a Petrobras, que lidera quase todos os consórcios que exploram o pré-sal.
Para Dias, "o grande foco dos investimentos será em exploração e produção", que receberá 60% do total de recursos aplicados no setor. A estimativa é que a produção de petróleo em campos nacionais salte de 2 milhões de barris neste ano para 2,7 milhões ao final de 2013.
Os dados mapeados pela IBP consideram apenas os investimentos das empresas de petróleo, e não de toda a cadeia, incluindo fornecedores de bens e serviços. (PS)


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