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Déficit dos EUA pode chegar a US$ 9,3 tri
Dívida acumulada entre 2010 e 2019 é US$ 2,3 trilhões maior que a projetada pelo governo Obama, ou quase dois PIBs do Brasil
Aumento da previsão de
rombo fiscal deve aumentar
a pressão para que Obama
reduza os gastos previstos
no Orçamento de 2010
DA REDAÇÃO
A proposta de Orçamento do
presidente Barack Obama vai
fazer com que o governo americano gaste em um período de
dez anos US$ 9,27 trilhões a
mais do que a sua arrecadação,
levando o déficit fiscal dos EUA
para níveis que mesmo a atual
administração considera "inaceitáveis", segundo cálculos do
Escritório de Orçamento do
Congresso (CBO, órgão não
partidário que fornece análises
econômicas aos legisladores).
Isso significa que, de 2010 a
2019, o déficit acumulado será
o equivalente a 65% do PIB
americano do ano passado. Pelas estimativas do governo
Obama, o déficit nesse período
seria de US$ 6,97 trilhões. A diferença entre a projeção do governo e a do órgão do Congresso é quase o dobro da soma de
bens e serviços produzidos pelo
Brasil em 2007. Para ter uma
ideia, o déficit orçamentário
dos EUA no ano fiscal de 2008
(encerrado no fim de setembro) ficou em US$ 459 bilhões
-recorde histórico.
Mais: a projeção do CBO afirma que em nenhum momento
até 2019 o déficit vai ficar abaixo de 4% em relação ao PIB, o
que o governo Obama já disse
ser insustentável. Na média, o
déficit americano deve ficar em
5,3% do PIB, com o pior momento no atual ano fiscal, em
que a diferença entre gastos e
receita representará US$ 1,85
trilhão, ou 13,1% da soma de
bens e serviços produzidos na
maior economia mundial (o
pior resultado desde o fim da
Segunda Guerra, em 1945).
O novo cálculo deve tornar
ainda mais difícil para Obama
aprovar a sua proposta de Orçamento para o ano fiscal que começa em outubro, que já enfrenta a oposição dos republicanos e até mesmo de alguns
democratas (partido do presidente americano). O plano do
governo americano prevê gastos de US$ 3,55 trilhões, com
investimentos expressivos em
saúde, educação e energia limpa, ao mesmo tempo em que o
país enfrenta a pior crise econômica desde os anos 1930.
O líder republicano na Câmara dos Representantes,
John Boehner, disse que o relatório apresentado ontem é um
"alerta" para o governo. "Nós
simplesmente não podemos hipotecar o futuro dos nossos filhos e netos para pagar por um
governo maior e mais caro."
Já o senador democrata Kent
Conrad afirmou que serão necessárias alterações no Orçamento, sem especificar quais.
Os democratas esperam que o
Orçamento seja votado antes
do recesso de Páscoa.
A Casa Branca e seus aliados
dizem admitir até algumas mudanças na proposta, mas elas
serão pontuais, não mexendo
naquilo que consideram os
quatro pilares do Orçamento:
saúde, educação, energia limpa
e redução do déficit.
"O que não cortaremos serão
os investimentos que levem a
crescimento real e prosperidade no longo prazo", disse Obama ontem. "É por isso que o
nosso Orçamento tem um
compromisso histórico com
uma ampla reforma do sistema
de saúde. É por isso que aumenta a competitividade americana ao reduzir a nossa dependência do petróleo estrangeiro e construir uma economia baseada em energia limpa."
Com agências internacionais
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