São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Economistas veem pressão inflacionária

A alta da inflação, que até pouco tempo era apontada como um fator sazonal, já começa a ser vista por economistas como um fenômeno difundido.
"Não está mais restrita a um pequeno conjunto de itens. A pressão inflacionária está difundida entre bens e serviços", afirma Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Santander. "A pressão não está mais limitada à indústria."
Para a economista-chefe do banco ING, Zeina Latif, o risco de ter uma pressão inflacionária por demanda já existe. "Ainda que tenha vários fatores pontuais, como clima e alta de commodities, o risco é mais de ter uma pressão de demanda do que de não ter", diz Latif.
Hoje, a taxa de inflação projetada para o final deste ano já está acima do centro da meta estipulada pelo governo. O mercado estima aumento do IPCA de 5,03%, de acordo com o mais recente boletim Focus do Banco Central, enquanto a meta é de 4,50% para 2010.
O mesmo ocorre para 2011, em que a expectativa inflacionária também já está acima do centro da meta do governo.
Nos últimos 12 meses, até fevereiro, o IPCA já acumula alta de 4,83%, segundo o IBGE.
O principal motivo apontado para a escalada dos preços é a expressiva recuperação da economia brasileira.
O setor de serviços é o que apresenta a principal pressão, na opinião de Latif. "Esse segmento não sofreu muito com a crise e continua aquecido."
Boa parte dos economistas afirma que o Copom irá elevar a Selic na próxima reunião, no final de abril, em 0,5 ponto percentual. Para Schwartsman, até o final do ano, os juros, que estão em 8,75%, devem alcançar o patamar de 11,75%. Já Latif vê a taxa em 10,75% em dezembro.

RIO PARA O EXTERIOR
Depois de 10 anos de atuação, a Rio Bravo Investimentos quer se internacionalizar.
Contratou uma consultoria financeira internacional e, em dois meses, já terá um primeiro fundo operando na Europa e nos Estados Unidos. Será o "Macro Off- shore", que vai operar juros, câmbio, Bolsa e volatilidade dos ativos.
Tanto fundos voltados para investidores institucionais quanto para investidores pessoas físicas com patrimônio mínimo de US$ 5 milhões.
Gestora de um patrimônio de R$ 4 bilhões, a Rio Bravo tem cerca de 85% de seus clientes no mercado doméstico. Entre três e cinco anos pretende saber o que é valuation.
"Temos 50% de estrangeiros e 50% de brasileiros. O foco continuará a ser em grandes investidores", diz um dos sócios, Paulo Bilyk.
A Rio Bravo atende a muitos fundos de pensão, entre oito e dez instituições, que já viveram o tempo de apenas investir em ativos quase sem risco.
Hoje, já entendem que "a estabilidade veio para ficar", diz Gustavo Franco, um dos sócios e ex-presidente do Banco Central, e é o estrategista da RB.
"É preciso entender as necessidades dos fundos de pensão, jogar o jogo deles", acrescenta Franco.

MINHA CASA, MEU AÇO
"Vocês não têm casa para o Minha Casa, Minha Vida?", perguntou o presidente Lula há poucos meses, em reunião com representantes do setor do aço. A Usiminas assina na próxima terça um contrato em Volta Redonda do que será a primeira grande atuação da siderurgia nacional no programa. Serão 1.144 apartamentos, já aprovados na prefeitura por meio de licitação. Desses, 96 serão aprovados pela CEF. No Vale do Aço, região onde fica a usina da Usiminas, em Ipatinga, serão 216 apartamentos. O mercado espera, desde o dia 18, que a companhia emita fato relevante sobre os volumes de reservas na área de Serra Azul, em Minas.


PAULSON E DEUS
Alain Belda, diretor do Warburg Pincus em Nova York e ex-presidente mundial da Alcoa, concluiu a leitura de três obras

GRUPO OLÍMPICO
Na semana que vem, uma delegação liderada pela ministra para as Olimpíadas de 2012 do governo britânico, Tessa Jowell, visita as cidades de Rio de Janeiro e São Paulo. Jowell vem com uma comitiva de empresários britânicos envolvidos nos trabalhos de organização da olimpíada londrina. Na quinta, o grupo participa de seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, com as presenças do presidente do banco, Luciano Coutinho, e do ministro dos Esportes, Orlando Silva.

SUCATA
A indústria brasileira do cobre registrou prejuízo de R$ 104 mil por conta do roubo do metal em fevereiro. Foram desviadas seis toneladas de fios e cabos e duas ocorrências foram registradas, segundo o Sindicel (da indústria do setor) e a Associação Brasileira do Cobre.


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


Próximo Texto: Grande varejo avança no interior do NE
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.