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outro lado
Todo o setor defendeu a proposta, diz AmBev
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes da AmBev,
da Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) e do Sindicerv
(sindicato das indústrias de
cerveja) informam que todas as
reuniões com a Receita Federal
e o Ministério da Fazenda contaram com a participação da
Afrebras (associação que reúne
fabricantes de refrigerantes de
pequeno e médio portes). E que
essa entidade também apoiou a
manutenção da base de cálculo
de impostos federais do setor
de refrigerantes e cervejas.
"A proposta do setor como
um todo foi de manutenção da
base de cálculo dos impostos
em 2010 para que sejam feitos
investimentos da ordem de R$
4 bilhões pelo setor, que vão
proporcionar a criação de 44
mil empregos. Dessa forma, haverá aumento da arrecadação
do setor. Esse foi o pleito do setor como um todo", afirma Alexandre Loures, diretor de comunicação da AmBev.
Segundo ele, os representantes da Receita e da Fazenda ainda não responderam oficialmente ao pedido.
A cervejaria também informa que causou "estranheza" o
fato de o presidente da Afrebras, Fernando Bairros, pedir
mudanças que teriam como
consequência o aumento de
imposto também para os associados da entidade. Segundo a
AmBev, Bairros foi dono de
uma distribuidora de cervejas
em litígio judicial com a cervejaria -por esse motivo, a associação que ele representa também atuaria contra a empresa.
Bairros, por sua vez, nega.
"Se o argumento da Afrebras
é o de que, com a atualização da
base de cálculo, haverá redução
de pagamento de impostos para 62 marcas e produtos da linha de refrigerantes, quem garante que entre essas 62 estão
itens fabricados somente pelos
pequenos e médios fabricantes? Ao apresentar os estudos
técnicos, a Receita Federal não
abriu informações detalhadas
de quem, na prática, teria essa
redução", afirma Loures.
Sobre o fato de as grandes indústrias terem reajustado seus
preços em 2009 e, portanto, terem de recolher mais impostos,
como informou a Afrebras, a
Folha apurou que os preços de
refrigerantes produzidos por
grandes e pequenos fabricantes não tiveram variação significativa, segundo dados de consultoria especializada em pesquisas de mercado.
A Abrabe entende como "positiva a manutenção dos preços
referenciais trazidos pelo decreto nº 6.707 de 2008". Segundo a associação, com a manutenção dos preços referenciais, "o setor poderá desenvolver sua atividade no mesmo nível de 2009 [...], contribuindo,
consequentemente, com o
substancial aumento da arrecadação em relação a 2008".
A Receita Federal não quis
comentar o assunto. O Ministério da Fazenda não se pronunciou até o fechamento desta edição.
(CR e FF)
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