São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

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outro lado

Todo o setor defendeu a proposta, diz AmBev

DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes da AmBev, da Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) e do Sindicerv (sindicato das indústrias de cerveja) informam que todas as reuniões com a Receita Federal e o Ministério da Fazenda contaram com a participação da Afrebras (associação que reúne fabricantes de refrigerantes de pequeno e médio portes). E que essa entidade também apoiou a manutenção da base de cálculo de impostos federais do setor de refrigerantes e cervejas.
"A proposta do setor como um todo foi de manutenção da base de cálculo dos impostos em 2010 para que sejam feitos investimentos da ordem de R$ 4 bilhões pelo setor, que vão proporcionar a criação de 44 mil empregos. Dessa forma, haverá aumento da arrecadação do setor. Esse foi o pleito do setor como um todo", afirma Alexandre Loures, diretor de comunicação da AmBev.
Segundo ele, os representantes da Receita e da Fazenda ainda não responderam oficialmente ao pedido.
A cervejaria também informa que causou "estranheza" o fato de o presidente da Afrebras, Fernando Bairros, pedir mudanças que teriam como consequência o aumento de imposto também para os associados da entidade. Segundo a AmBev, Bairros foi dono de uma distribuidora de cervejas em litígio judicial com a cervejaria -por esse motivo, a associação que ele representa também atuaria contra a empresa. Bairros, por sua vez, nega.
"Se o argumento da Afrebras é o de que, com a atualização da base de cálculo, haverá redução de pagamento de impostos para 62 marcas e produtos da linha de refrigerantes, quem garante que entre essas 62 estão itens fabricados somente pelos pequenos e médios fabricantes? Ao apresentar os estudos técnicos, a Receita Federal não abriu informações detalhadas de quem, na prática, teria essa redução", afirma Loures.
Sobre o fato de as grandes indústrias terem reajustado seus preços em 2009 e, portanto, terem de recolher mais impostos, como informou a Afrebras, a Folha apurou que os preços de refrigerantes produzidos por grandes e pequenos fabricantes não tiveram variação significativa, segundo dados de consultoria especializada em pesquisas de mercado.
A Abrabe entende como "positiva a manutenção dos preços referenciais trazidos pelo decreto nº 6.707 de 2008". Segundo a associação, com a manutenção dos preços referenciais, "o setor poderá desenvolver sua atividade no mesmo nível de 2009 [...], contribuindo, consequentemente, com o substancial aumento da arrecadação em relação a 2008".
A Receita Federal não quis comentar o assunto. O Ministério da Fazenda não se pronunciou até o fechamento desta edição. (CR e FF)


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