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Produtor autônomo de energia cria conflito
DA REPORTAGEM LOCAL
Outra mudança introduzida na
MP 14 pelo seu relator, deputado
José Carlos Aleluia (PFL-BA), que
está causando polêmica no setor
elétrico foi a criação da figura do
"produtor autônomo" de energia
dentro do Proinfa (Programa de
Incentivo às Fontes Alternativas
de Energia). Nessa categoria só se
enquadram empresas que não
têm vínculo com as concessionárias de energia elétrica.
Essa mudança colocou em choque as concessionárias de energia
que têm projetos para construir
usinas eólicas e pequenos produtores, como a Eletrowind, do empresário Carlos Suarez, do grupo
baiano CPL Participações.
Atualmente há projetos aprovados pela Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica) para gerar
3.705 megawatts de energia eólica. "O projeto da nossa empresa
deverá gerar apenas 4% disso",
diz Paulo Celso Guerra Lage, presidente da Eletrowind. "Como
podem nos acusar de estarmos
sendo beneficiados pela MP14?"
Segundo Lage, a Enerbrasil,
controlada pela espanhola Iberdrola, dona da Coelba, tem projetos aprovados para gerar 61% da
energia eólica aprovada pela
Aneel. A Siif Energie, do grupo
EDF, dono da Light, tem projetos
para gerar 31% dessa energia.
Henri Baguenier, presidente da
Siif , que tem oito projetos aprovados na Aneel para construir
usinas eólicas, disse à Folha que
"a figura do produtor autônomo
restringe os benefícios do Proinfa
a um grupo restrito de projetos".
Embora a lei deixe aberta a possibilidade de as empresas vinculadas às concessionárias participarem em até 50% do mercado de
energias alternativas, "ela gera insegurança", segundo Baguenier.
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