O Brasil está às vésperas de registrar a menor taxa nominal de juros de sua história, apesar de ser considerada bem alta em relação ao resto do mundo. Uma das perguntas que se faz é se os bancos vão continuar a exibir lucros recordes em seus balanços quando o juro básico da economia atingir a marca de 15% ao ano, o que tudo leva a crer que deva ocorrer na próxima reunião do Copom.
Na reunião de quarta, a Selic baixou para 15,75%, e, se o Copom mantiver o ritmo, a taxa deve baixar para 15% em 45 dias, a menor taxa nominal do país.
O presidente do BankBoston no Brasil, Geraldo Carbone, considera míope essa discussão. Segundo ele, os bancos continuarão a ganhar dinheiro independentemente do juro. "O Brasil está perto de ter o menor juro nominal da história e os bancos vão continuar registrando lucros recordes", diz o executivo.
De acordo com Carbone, trata-se de uma grande ilusão achar que o juro é a principal causa dos lucros dos bancos. Em qualquer país do mundo, os bancos registram lucros altos, independentemente do tamanho dos juros.
Segundo ele, são dois os motivos que explicam os lucros bancários. Em primeiro lugar, a saúde da economia de um país, o que ele chama de visibilidade. Quando a economia vai bem, as pessoas investem mais e recorrem mais a empréstimos bancários, o que faz com que os bancos aumentem os seus créditos e, assim, tenham maior lucratividade.
Os bancos também ganham na situação oposta, ou seja, em períodos de instabilidade, que ele caracteriza como cenário de volatilidade. Em suma, os bancos ganham faça chuva ou faça sol. "Os bancos ganham dinheiro qualquer que seja o horizonte."
Sobre a decisão do Copom de baixar em 0,75 ponto percentual os juros, Carbone afirma que não existe no mundo BC arrojado. "Por definição, qualquer Banco Central é cauteloso", diz. Para ele, o que se conclui da reunião do Copom é que o BC irá manter esse ritmo de cortar 0,75 ponto da Selic a cada 45 dias.

FRASE

O Brasil está perto de ter o menor juro nominal da história e os bancos vão continuar registrando lucros recordes

PARA POUCOS
Sonho de consumo dos amantes de automóveis, a Ferrari guarda um privilégio maior até do que para aqueles que podem comprar uma de suas máquinas: tornar-se membro de um clube seleto com apenas 29 membros. A um custo de US$ 1,8 milhão, eles tornaram-se integrantes de um dos mais exclusivos clubes do mundo, o de testadores de carros da fábrica italiana. A "seita", que tem nomes como os de Roger Penske, da equipe de mesmo sobrenome na Fórmula Indy, e Lawrence Stroll, ex-presidente da marca Tommy Hilfiger, permite a eles testar modelos que mal saíram da fábrica.

ALPES SUÍÇOS
São cada vez mais fortes os rumores de que o banco suíço UBS estaria comprando o Pactual. O "data room" já estaria sendo realizado fora do país.

ARMA FATAL
O câmbio faz nova vítima. Depois de a Moinho Santista ter "freado" a produção, a Vicunha está prestes a fechar fábrica têxtil em São Paulo. Procurada, a empresa não retornou as ligações.

NOVO COLORIDO
Depois de cinco meses de pesquisa, a Lukscolor se prepara para lançar um catálogo de cores com as novas tendências para as quatro estações de 2007. Serão 38 principais cores divididas em dez famílias. "Em 2007, os fatores principais são o natural, a simplicidade e o conforto, tudo isso com um apelo emocional muito forte", diz Angélica Potomati, sócia-diretora da Lukscolor. O resultado veio de encontros e workshops com membros da associação mundial CMG (Colour Marketing Group). Entre as tendências se destacam tons de violeta, de "acqua"- matizes nos tons azul-esverdeado ou verde-azulado-, e as em terra, em substituição ao laranja e ao vermelho. Os catálogos serão distribuídos para lojas e profissionais da área -arquitetos e designers de interiores. Além do catálogo, a Lukscolor investirá na estratégia de merchandising em programas de televisão.

LUSO-GENÉRICOS
A Pro Genéricos (associação das indústrias de genéricos) lidera missão do setor em Portugal. Ela promove seminário em parceria com a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos, hoje, em Lisboa. Para os laboratórios do segmento, o país europeu é estratégico porque representa a porta de entrada dos produtos brasileiros na União Européia, diz Vera Valente, diretora-executiva da entidade.

ESCONDIDO
O comitê organizador do Pan-Americano 2007, no Rio, fechou os primeiros contratos de licenciamento do mascote dos Jogos -um sol estilizado- com duas empresas de brinquedos, a Grow e a Multitoys. Como pré-lançamento, na próxima semana, foi produzido um "teaser" em que falta a imagem do mascote, a ser divulgada em julho.

INTERESSE CRESCENTE
Cresce o número de executivos brasileiros que procuram pós-graduação. A Fundação Estudar, que concede bolsas de estudo para universidades como Harvard, MIT e Stanford, recebeu 243 inscrições para o seu processo seletivo, o que representa 65% de crescimento sobre 2005. No período de 15 anos de existência da fundação, foram concedidas cerca de 300 bolsas, com investimento de US$ 4,3 milhões.

TURISMO NA MESA
Empresários de turismo se reuniram com o presidente do conselho do setor da Fecomercio SP, Caio Luiz de Carvalho, para a elaboração conjunta de documento com reivindicações a serem apresentadas aos candidatos à presidência da República. Entre os temas está a parceria público-privada, além de legislação e gestão pública. O Estado de SP representa mais de 35% do faturamento do setor no país.


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