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Expansão reduz miséria em 10%
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O sólido crescimento econômico mundial dos últimos quatro
anos acelerou a redução da pobreza em várias regiões do globo e
vem contribuindo fortemente para a melhora de uma série de indicadores sociais. Segundo relatório
do Bird (Banco Mundial) divulgado ontem, o aumento da renda
mundial entre 2000 e 2005 provocou redução de até 10% na quantidade de miseráveis no mundo.
Apesar do forte crescimento
dos últimos anos, o mundo está
longe de atingir as chamadas Metas do Milênio, com a África e alguns poucos países do sul da Ásia
entre os mais atrasados.
As Metas do Milênio são um
conjunto de oito macroobjetivos
perseguidos por 189 países que
firmaram um acordo na Cúpula
do Milênio, em setembro de 2000,
nas Nações Unidas. Redução da
pobreza e da mortalidade infantil,
aumento das matrículas escolares
e diminuição das infecções pelo
vírus HIV são algumas das metas.
O limite para chegar a elas é 2015.
Na América Latina, apesar do
baixo nível de crescimento geral,
o Brasil e programas como o Bolsa-Família têm contribuído para
reduzir, na média, a pobreza na
região, conforme o economista-chefe do Bird, François Bourguignon: "Estimativas indicam uma
queda de três pontos percentuais
nos índices de pobreza no Brasil
nos dois últimos anos". O Bolsa-Família foi citado pelo presidente
do Bird, Paul Wolfowitz como
exemplo de programa social. Ele
também elogiou o país por iniciativas na área de biocombustíveis.
Na América Latina, aponta o
Bird, houve progressos em alguns
países no mais importante dos
objetivos: a redução à metade, até
2015, do número de pessoas vivendo com menos de US$ 1 ao
dia. Segundo as previsões atuais,
porém, a região não atingirá completamente a meta de 2015. "Em
alguns países da América Latina,
os indicadores de pobreza estagnaram ou pioraram."
Em seu terceiro "Relatório sobre Monitoramento Global", o
Bird afirma que na América Latina, apesar da recuperação dos últimos dois anos, "o crescimento é
ainda baixo para levar a uma redução mais acelerada da pobreza". Ainda assim, o Bird estima
que a região terá 6,2% de miseráveis vivendo com menos de US$ 1
ao dia em 2015. A taxa ficará próxima da meta, de 5,7%.
Em contraste, a África, por
exemplo, deve chegar em 2015
com 38,1% de miseráveis, ante
uma meta de 22,3%.
No sudeste asiático, que inclui
China, Índia e alguns dos países
mais populosos do mundo, o elevado nível de crescimento econômico já levou a região a atingir
suas metas. Para 2015, a projeção
é que essa zona do mundo terá só
0,7% de sua população vivendo
com menos de US$ 1 ao dia. A meta era de 14,8%.
A redução do número de miseráveis vivendo com menos de
US$ 1 ao dia, porém, é considerada insatisfatória. Entre 143 países
pesquisados, por exemplo, apenas 34 estão a caminho de diminuir à metade o número de crianças subnutridas.
Mais uma vez, os países africanos são os principais responsáveis
pelo desempenho negativo. Desde 2004, no entanto, a África começou a conquistar patamares de
crescimento superiores a 5%, o
que pode levar a uma melhora
dos indicadores daqui em diante.
O crescimento global acelerado
dos últimos quatro anos -a melhor performance em 35 anos-
também levou à redução da mortalidade infantil em 9 de 10 países
em desenvolvimento pesquisados, a rápidos ganhos no número
de matrículas no ensino primário
e à redução das taxas de infecção
por HIV/Aids em vários países.
(FCZ)
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