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CRISE NO AR
Waldir Pires, da Defesa, contradiz Lula e Dilma e diz que há estudo para auxiliar empresa, mas não dá detalhes
Governo agora admite dar ajuda à Varig
EDUARDO SCOLESE
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Numa linha contrária do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
da colega Dilma Rousseff (Casa
Civil), o ministro Waldir Pires
(Defesa) admitiu ontem a possibilidade de o governo injetar dinheiro público para amenizar a
crise financeira da Varig.
Questionado sobre essa possibilidade ontem no Palácio do Planalto, ele não deu detalhes, mas
sugeriu que a ajuda financeira à
Varig não está descartada, como
Dilma tem repetido nas últimas
semanas. "Desde que ela [ajuda
pública] possa ser legal", afirmou.
O ministro da Defesa apenas citou o BNDES como uma opção.
Mas não apresentou nenhuma
outra alternativa para que essa suposta ajuda ocorra. Limitou-se a
dizer que há estudo no governo.
"Se estiver legal e se chegar a
uma governança da Varig ou do
conjunto de empresas que se
componha com a Varig para que
a bandeira brasileira em todo o
comércio de aviação civil do
mundo permaneça presente e respeitada, claro [que há possibilidade de ajuda]. E, se isso ocorrer,
sem dúvida o governo fará o esforço que for possível. Porque sobre todas as formas é inclusive
conveniente isso, porque, do contrário, o prejuízo já está feito", disse Pires. Anteontem, Dilma afirmou que o governo já socorreu a
Varig em anos anteriores e que
aportar mais dinheiro poderia
prejudicar ainda mais a empresa.
Lula disse na semana passada que
o governo não iria usar recursos
públicos para socorrer a Varig.
Pires foi mais flexível. "O governo apóia que a Varig, que foi um
patrimônio de presença do Brasil
no mundo, possa vir a ser preservada. Há um pedaço de tempo
muito grande em que as coisas
não se concluíram e não se resolveram. Só se agravaram. O governo só pode gastar dinheiro público na forma da lei. O governo está
empenhado nisso, está desejando
que isso ocorra."
Ontem, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) publicou no
"Diário Oficial" da União decisão
na qual considera nula a operação
de venda da Varig Log para a Volo. Segundo a decisão, a operação
não teve validade porque não
houve pedido prévio de autorização para a venda. A agência deu
dez dias úteis para que os interessados na operação protocolem os
documentos na agência.
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