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Importação de gás preocupa, afirma Fiesp
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
DE BUENOS AIRES
"É mais um susto que a Bolívia nos dá." Foi assim que o
diretor de Infra-Estrutura da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Saturnino Sérgio da Silva, avaliou o risco de diminuição no fornecimento de
gás da Bolívia por causa dos
protestos no país vizinho.
A indústria consome 80%
dos cerca de 13 milhões de
metros cúbicos diários distribuídos em São Paulo pela
Comgás, dos quais 70% vêm
da Bolívia. "Há dois anos nós
começamos a manifestar
preocupação com a grande
dependência em relação ao
gás da Bolívia", afirmou.
A Comgás informou, por
meio de sua assessoria de imprensa, que o suprimento de
gás no Estado está normal. A
empresa compra o produto
da Petrobras e não havia sido
informada de nenhuma alteração no fornecimento.
A direção da Pantanal
Energia, proprietária da usina termelétrica Mario Covas,
de Cuiabá (MT), informou
ontem que, mesmo com uma
redução do envio de gás boliviano para a termelétrica, as
operações deveriam continuar sem transtornos por ao
menos mais uma semana.
Segundo Carlos Baldi, presidente da usina, o volume de
gás que ainda está na tubulação do gasoduto tem capacidade para manter o funcionamento da geradora nos
próximos sete dias.
"Essa situação vem de algum tempo, mesmo antes do
governo Evo [Morales, presidente boliviano eleito em
2005]. Vamos ter que conviver com essa inquietação."
Há uma semana, o governo
boliviano ameaçou cortar o
envio de gás caso a Pantanal
Energia não aceitasse uma
cláusula que isenta a estatal
YPFB de assegurar o cumprimento das metas de fornecimento previstas no contrato de compra e venda.
No ano passado, a usina teve o envio de gás paralisado.
Na época, Baldi disse que o
paralisação decorrera do
mau funcionamento de um
equipamento na Bolívia.
Argentina
A preocupação da Argentina com a instabilidade boliviana não é grande. Todo o
gás importado pelos argentinos representa apenas 5% do
consumo do país. O restante
é produção própria.
Segundo especialistas, no
curto prazo, a Argentina poderia substituir as compras
da Bolívia por óleo combustível ou ainda cortar parte do
que é exportado ao Chile -o
que, no entanto, resultaria
em dificuldades diplomáticas entre os países.
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