São Paulo, sábado, 21 de abril de 2007

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Importação de gás preocupa, afirma Fiesp

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
DE BUENOS AIRES

"É mais um susto que a Bolívia nos dá." Foi assim que o diretor de Infra-Estrutura da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Saturnino Sérgio da Silva, avaliou o risco de diminuição no fornecimento de gás da Bolívia por causa dos protestos no país vizinho.
A indústria consome 80% dos cerca de 13 milhões de metros cúbicos diários distribuídos em São Paulo pela Comgás, dos quais 70% vêm da Bolívia. "Há dois anos nós começamos a manifestar preocupação com a grande dependência em relação ao gás da Bolívia", afirmou.
A Comgás informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o suprimento de gás no Estado está normal. A empresa compra o produto da Petrobras e não havia sido informada de nenhuma alteração no fornecimento.
A direção da Pantanal Energia, proprietária da usina termelétrica Mario Covas, de Cuiabá (MT), informou ontem que, mesmo com uma redução do envio de gás boliviano para a termelétrica, as operações deveriam continuar sem transtornos por ao menos mais uma semana. Segundo Carlos Baldi, presidente da usina, o volume de gás que ainda está na tubulação do gasoduto tem capacidade para manter o funcionamento da geradora nos próximos sete dias.
"Essa situação vem de algum tempo, mesmo antes do governo Evo [Morales, presidente boliviano eleito em 2005]. Vamos ter que conviver com essa inquietação."
Há uma semana, o governo boliviano ameaçou cortar o envio de gás caso a Pantanal Energia não aceitasse uma cláusula que isenta a estatal YPFB de assegurar o cumprimento das metas de fornecimento previstas no contrato de compra e venda.
No ano passado, a usina teve o envio de gás paralisado. Na época, Baldi disse que o paralisação decorrera do mau funcionamento de um equipamento na Bolívia.

Argentina
A preocupação da Argentina com a instabilidade boliviana não é grande. Todo o gás importado pelos argentinos representa apenas 5% do consumo do país. O restante é produção própria.
Segundo especialistas, no curto prazo, a Argentina poderia substituir as compras da Bolívia por óleo combustível ou ainda cortar parte do que é exportado ao Chile -o que, no entanto, resultaria em dificuldades diplomáticas entre os países.


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