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Ipea prevê maior crescimento para o PIB
Após divulgação de nova série estatística, instituto ligado ao Planejamento estima avanço econômico de 4,2%; antes previa 3,7%
Projeção de crescimento para o setor agropecuário sobe de 4,4% para 6,0%; no
setor de serviços, previsão passa de 2,8% para 3,6%
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, revisou para cima suas
projeções de crescimento econômico após a divulgação da
nova série do PIB (Produto Interno Bruto). A estimativa para
2007 passou de 3,7% para 4,2%.
A projeção é mais otimista do
que a da média do mercado. De
acordo com dados do Banco
Central, analistas prevêem alta
de 3,9% do PIB neste ano.
Segundo Estêvão Kopschitz,
economista do Ipea, a nova metodologia do PIB tornou o indicador mais instável, sujeito a
variações mais significativas,
mas, por outro lado, confirmou
os sinais de aceleração do crescimento econômico. A revisão
do PIB envolveu a mudança de
peso dos setores e das taxas de
crescimento. "Com a nova metodologia ficou clara a tendência de aumento da taxa."
De acordo com o instituto, a
taxa de crescimento do PIB foi
revista em média 0,7 ponto
percentual ao ano entre 2002 e
2006, o que refletiu a maior
contribuição do setor privado.
Essa nova trajetória levou ao
aumento do "carry-over" de
2007 -o efeito de carregamento estatístico, que significa, na
prática, a herança de crescimento de um ano para o outro,
de 1,4% para 1,9%.
O instituto elevou sua projeção para o setor agropecuário
de 4,4% para 6,0%. Segundo o
Ipea, o aumento é justificado
pela perspectiva de safra de
grãos 12% maior, de acordo
com o levantamento de março
do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
Além disso, há também uma
expectativa de recuperação da
produção animal, apesar dos
problemas sanitários enfrentados no início do ano. "Maior demanda externa de carne levaria
à redução de barreiras sanitárias, favorecendo as exportações", diz nota do instituto.
Serviços
O setor de serviços, que tradicionalmente se movia mais
lentamente, deverá ganhar
comportamento mais dinâmico de acordo com a nova fórmula de cálculo do crescimento da
economia. A expectativa de desempenho do setor foi revisada
de 2,8% para 3,6%. O setor foi
influenciado pela incorporação
de novos dados e pela maior
abrangência.
"Ficou mais difícil prever o
comportamento do setor porque ele passou a incorporar
mais informações, como em
atividades imobiliárias e aluguéis", disse Kopschitz. A previsão para os serviços de informação passou de 0% para 3,5%.
As projeções de atividades imobiliárias e de aluguel foram revistas de 2,2% para 4,3%.
O instituto manteve a projeção de 4,8% para o crescimento
da indústria. Segundo o economista do Ipea, o setor foi o que
sofreu menores alterações na
nova metodologia. A indústria
de transformação deve crescer
4,2% e a extrativa mineral,
6,0%, segundo o Ipea.
O crescimento em 2007 será
sustentado pelo mercado interno. A estimativa de consumo
das famílias passou de 5,0% para 5,3%. O instituto prevê cenário de investimentos mais elevados e alterou sua projeção de
expansão, de 8% para 9%.
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