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Ibama adia licença para duas usinas
Órgão pede mais informação sobre obras no rio Madeira, essenciais ao PAC
Ministra Marina Silva diz que tem respaldo de Lula, apesar de críticas do presidente ao atraso no licenciamento ambiental
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após detectar problemas que
impediam a concessão de licença ambiental para duas das
maiores usinas hidrelétricas
planejadas pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis) pediu mais informações
antes de autorizar a continuidade dos projetos de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira,
em Rondônia.
A decisão representa, no mínimo, um atraso no cronograma do PAC. A emissão de licença ambiental prévia estava prevista para o início de fevereiro.
O atraso na licença também
provoca adiamento na data
prevista para o leilão: maio, no
caso da hidrelétrica de Santo
Antônio, e outubro, no caso de
Jirau. A previsão é que as duas
usinas gerem, juntas, quase
3.500 MW a partir de 2012.
"O licenciamento das usinas
do rio Madeira sem dúvida é
complexo. Os técnicos concluíram que não teriam condições
de se posicionar contra ou a favor", disse ontem à noite a ministra Marina Silva (Meio Ambiente), respaldando a decisão
do Ibama. A ministra não quis
se comprometer com nenhuma
nova previsão de prazo para a
emissão ou recusa da licença.
Os problemas mais graves,
que impediram a emissão imediata da licença, são o acúmulo
de sedimentos no rio em decorrência da futura construção das
barragens e a ameaça à população de bagres, peixes grandes
responsáveis pela sobrevivência de uma comunidade de 15
mil pescadores do Madeira.
"O presidente da República o
tempo todo diz que quer ver as
duas coisas resolvidas: a proteção ao meio ambiente e a promoção do desenvolvimento
econômico", disse a ministra,
afirmando ter o respaldo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela disse não ter ouvido do
presidente nenhuma queixa,
embora Lula já tenha criticado
lentidão no processo de licenciamento ambiental.
Marina Silva anunciou a
substituição do secretário-executivo do ministério, Cláudio
Langone, pelo atual secretário
de Biodiversidade, João Paulo
Capobianco. Mas insistiu em
que a mudança nada tem a ver
com os problemas no licenciamento ambiental. "Se houvesse
alguma relação, a demitida teria de ser eu", disse ela. A ministra disse ainda que o presidente
do Ibama, Marcos Barros, também será substituído porque
ele quer voltar à academia.
As hidrelétrica do rio Madeira (RO) são duas das principais
obras de aumento de oferta de
energia contidas no PAC e consideradas estratégicas para o
suprimento do país a partir de
2011 e 2012.
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