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Atuar com sindicatos "é diretriz" de Lula
Secretário diz que, quanto mais ativa a organização, maior a qualificação para os créditos; mulheres lideram as filiações
Em termos proporcionais,
percentual de trabalhadores
rurais sindicalizados no país
já excede a média de outras
atividades combinadas
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dois principais interlocutores da direção do Pronaf na
organização dos programas de
agricultura familiar são ligados
à CUT -cujo ex-presidente,
Luiz Marinho, é ministro do
Trabalho do governo Lula.
A Fetraf e a Contag (Confederação dos Trabalhadores na
Agricultura) reúnem os sindicatos que mais crescem com a
sindicalização de agricultores.
Valter Bianchini, secretário
de Agricultura Familiar, reconhece que a sindicalização aumenta o aceso aos créditos.
"Os agricultores que conseguem receber mais créditos são
os que têm mais organização.
Quanto mais atuante for o sindicato, maior será a presença e
maior a qualificação para as linhas de crédito", afirma. Ele diz
que o diálogo com a Fetraf e a
Contag é "uma diretriz do governo do presidente Lula".
Para poder ter acesso aos créditos do Pronaf, o agricultor familiar tem de obter uma declaração provando sua condição.
Esse documento só pode ser
fornecido por um sindicato ou
por uma Emater (Empresa de
Assistência Técnica e Extensão
Rural, nos Estados). Segundo
Bianchini, a situação das Emater hoje é de "fragilidade", o que
explicaria a sindicalização.
Os R$ 10 bilhões do Pronaf
previstos para serem liberados
a partir de 1º de julho devem
atender a cerca de 2 milhões
dos 4 milhões de agricultores
familiares, mais da metade
abaixo da linha de pobreza (que
têm direito a juros negativos e a
anistia de 25% a 50% do valor
dos empréstimos).
O presidente da CUT, João
Felício, diz que a participação
da central no sindicalismo rural "sempre foi muito forte" e
que a representação dos delegados da área agrícola equivale
à do funcionalismo público.
Para Carmem Foro, coordenadora da Contag, há outras razões para a ampliação da sindicalização feminina no campo,
como a necessidade de comprovar a atividade para que se
tenha direito ao salário-maternidade.
Segundo os resultados do estudo do Cesit/Unicamp, elaborado pelo economista Marcio
Pochmann, o percentual de
mulheres e homens sindicalizados no campo hoje já é maior
do que a média dos trabalhadores sindicalizados em nível nacional.
(FERNANDO CANZIAN)
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