São Paulo, domingo, 21 de maio de 2006

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Até quinta-feira, brasileiro trabalhará apenas para o pagamento de tributos

DA REPORTAGEM LOCAL

Se estivesse vivo e fosse escrever um livro hoje, Euclydes da Cunha (1866-1909) poderia optar por "Os Impostos". E possivelmente tomaria por base o contribuinte em substituição ao sertanejo de sua famosa obra "Os Sertões", publicada no ano de 1902.
Transposta para o momento atual do país, a famosa frase de sua obra -"O sertanejo é, antes de tudo, um forte"- bem poderia ser substituída por outra similar -"O contribuinte é, antes de tudo, um forte".
E tem de ser forte mesmo. Outro estudo do IBPT revela que até a próxima quinta-feira, dia 25 deste mês, os contribuintes estarão trabalhando apenas para pagar tributos. Desde 1º de janeiro, serão 145 dias de trabalho no ano para satisfazer as exigências dos fiscos federal, estaduais e municipais.
Os principais tributos incidentes sobre o salário são o Imposto de Renda e a contribuição à Previdência Social. Depois, ele terá de arcar com o pagamento de tributos na hora de consumir, como o ICMS (estadual), ISS (municipal), IPI, PIS, Cofins (federais) etc.
A voracidade dos fiscos brasileiros é tão grande hoje que é preciso trabalhar o dobro do que se trabalhava na década de 70 para pagar todos os tributos.

Outros países
Segundo o IBPT, outros países como a Suécia (185 dias) e a França (149 dias) exigem que seus contribuintes trabalhem mais dias por ano para o pagamento de tributos. Entretanto o cidadão tem a contrapartida do que paga, uma vez que o Estado oferece serviços de qualidade sem cobrar por eles.
Em outros países os contribuintes trabalham menos tempo para ficar em dia com o fisco. Os espanhóis precisam trabalhar 137 dias; os norte-americanos, 102 dias; os argentinos, 97 dias; os chilenos, 92 dias; e os mexicanos, 91 dias. (MC)


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