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Até quinta-feira, brasileiro trabalhará apenas para o pagamento de tributos
DA REPORTAGEM LOCAL
Se estivesse vivo e fosse escrever um livro hoje, Euclydes
da Cunha (1866-1909) poderia
optar por "Os Impostos". E
possivelmente tomaria por base o contribuinte em substituição ao sertanejo de sua famosa
obra "Os Sertões", publicada no
ano de 1902.
Transposta para o momento
atual do país, a famosa frase de
sua obra -"O sertanejo é, antes
de tudo, um forte"- bem poderia ser substituída por outra similar -"O contribuinte é, antes
de tudo, um forte".
E tem de ser forte mesmo.
Outro estudo do IBPT revela
que até a próxima quinta-feira,
dia 25 deste mês, os contribuintes estarão trabalhando apenas
para pagar tributos. Desde 1º de
janeiro, serão 145 dias de trabalho no ano para satisfazer as
exigências dos fiscos federal,
estaduais e municipais.
Os principais tributos incidentes sobre o salário são o Imposto de Renda e a contribuição à Previdência Social. Depois, ele terá de arcar com o pagamento de tributos na hora de
consumir, como o ICMS (estadual), ISS (municipal), IPI, PIS,
Cofins (federais) etc.
A voracidade dos fiscos brasileiros é tão grande hoje que é
preciso trabalhar o dobro do
que se trabalhava na década de
70 para pagar todos os tributos.
Outros países
Segundo o IBPT, outros países como a Suécia (185 dias) e a
França (149 dias) exigem que
seus contribuintes trabalhem
mais dias por ano para o pagamento de tributos. Entretanto
o cidadão tem a contrapartida
do que paga, uma vez que o Estado oferece serviços de qualidade sem cobrar por eles.
Em outros países os contribuintes trabalham menos tempo para ficar em dia com o fisco.
Os espanhóis precisam trabalhar 137 dias; os norte-americanos, 102 dias; os argentinos, 97
dias; os chilenos, 92 dias; e os
mexicanos, 91 dias.
(MC)
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