São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Empresas e políticos dividem responsabilidade na corrupção

Empresas envolvidas em esquemas de corrupção são tão culpadas quanto os políticos. Os políticos terão muito mais problemas se pegos, mas a culpa é a mesma.
A afirmação é de Josh Gottheimer, ex-integrante da equipe de Comunicação de Bill Clinton, na Casa Branca, e vice-presidente da consultoria Burson-Marsteller, que esteve no Brasil na última semana.
Para as empresas, o problema [a corrupção] perdura em prazo ainda mais longo. "Em uma perspectiva maior, é um grande risco. A empresa pode ser afetada para sempre."
Leis mais rígidas e regras corporativas internas que evitem o envolvimento em esquemas de corrupção são as principais saídas sugeridas por Gottheimer para evitar o problema.
Segundo ele, as empresas podem aprender e ganhar muito com o modelo de campanhas políticas. Há muitas semelhanças entre o modelo político e o modelo corporativo. Assim como os políticos são pessoas públicas, os CEOs estão visíveis como nunca antes.
"A reputação das empresas é muito importante. Assuntos que antes eram só governamentais, como obesidade, patentes e energia, agora são considerados como assuntos corporativos. São oportunidades de fazer dinheiro", afirma.
Entre os pontos a serem observados ele destaca três. O primeiro é a capacidade de responder rapidamente. "Especialmente se há uma informação que não é verdadeira. É importante aparecer e corrigi-la."
Em segundo lugar, é importante ter uma mensagem forte. Ele cita a expressão "It's the economy, stupid" ("É a economia, estúpido"), usada pelo marqueteiro e também assessor de Clinton, James Carville, em sua campanha em 1992. "Ele focou na economia e no emprego."
Em terceiro lugar, Gottheimer afirma que é importante que a empresa use a mesma disciplina de campanha para focar em seus pontos importantes.
"Quando uma empresa fala sobre diferentes coisas, o público não sabe exatamente a que a empresa se propõe, no que acredita."
Sobre o cenário de negócios brasileiro, Gottheimer acredita que há muito potencial. "O Brasil tem muitos recursos para gerar negócios. Eu realmente acho que nos próximos 50 anos o Brasil vai crescer e se tornar um grande líder no mundo", diz, e cita o álcool. "O Brasil já é um líder quando se trata de fontes alternativas de energia."

ACESSÓRIO

A rede de lojas de acessórios femininos Morana Acessórios vai aumentar sua expansão neste ano. Atualmente com cerca de 70 lojas espalhadas pelo país, sua meta é alcançar 100 unidades até o final do ano. O objetivo agora é intensificar a presença das franquias da marca em cidades do interior. Estão na lista os municípios de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Taubaté e Bauru, entre outros. "Já estamos nas principais capitais de cerca de 16 Estados. Agora vamos para municípios de menor população", diz Jae Ho Lee, um dos sócios da rede.

PACOTE
A Marilan figurou como a segunda maior fabricante de biscoitos do país, no ranking de volume, no bimestre março/abril. Os dados foram divulgados pela Nielsen na semana passada. A marca ultrapassou a Nestlé.

EM CASA

A Casa das Rosas, que hoje abriga o acervo do poeta Haroldo de Campos, sediará a primeira edição brasileira do CAD (Casa Arte & Design), mostra de arquitetura, design e paisagismo. A idéia é ocupar espaços com importância cultural para a cidade e mostrar tendências. "No caso da Casa das Rosas, um espaço tombado, em que não é possível fazer modificação estrutural, os profissionais terão de usar a criatividade", diz Lucy Amicon, uma das organizadoras da mostra. O evento, que já é realizado em cidades como Londres e Milão, tem a poesia como tema da primeira edição.

CARRINHO
Levantamento do Wal-Mart Brasil em abril mostra que, numa cesta de 2.000 itens -alimentos, perecíveis e produtos de higiene-, houve queda de 11% nos preços ante abril de 2006, nas mesmas lojas do grupo.

NO CARTÃO
A escolha por cartões de crédito corporativos subiu. Hoje, 70% dos clientes recorrem a eles, segundo a agência Tour House. Cerca de 40% das despesas de grandes companhias são pagas com cartão ou contas virtuais de cartão de crédito. Nas médias, esses gastos são 14%; nas pequenas, 8%. Cerca de 25% dos custos de viagens empresariais são quitados com ele, o que abrange passagem aérea, hospedagem, transporte, seguro e refeição. Os cartões movimentam R$ 15,5 bilhões.

ANDAIME
A Tecnisa deixou de atuar só no Estado de São Paulo e fechou parceria com a Terra Brasilis, sediada em Fortaleza. Com a parceria, a estimativa para os próximos 36 meses é atingir com seus lançamentos o VGV potencial de R$ 400 milhões.

DIGITAL
Mauro Ricardo Machado Costa, secretário da Fazenda de São Paulo, foi convidado pelo Projeto Brasil para discutir avanços e entraves da certificação digital, hoje.

ESPIRITUAL

O conceito de espiritualidade divide opiniões dentro das organizações. Mais de 50% dos profissionais consideram o cultivo de valores e atitudes altruístas a melhor forma de exercer a espiritualidade dentro das organizações, segundo pesquisa realizada pelo portal thenewlife, voltado para o aperfeiçoamento de profissionais e para o desenvolvimento de organizações.


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