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Discussão sobre Copom movimenta a semana
Juro deve ter corte de
0,25 a 0,5 ponto percentual
DA REPORTAGEM LOCAL
Dividido sobre a expectativa
do ritmo de corte nos juros, o
mercado financeiro deve ficar
atento nesta semana a todos os
índices de inflação e às informações que permitam chegar a
um consenso sobre o rumo que
o Copom (Comitê de Política
Monetária) tomará em sua próxima reunião, marcada para os
dias 5 e 6 de junho.
A dúvida é se a autoridade
monetária fará um corte de 0,5
ponto ou de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a
Selic, que está em 12,5% ao ano.
Hoje, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga a segunda
prévia de maio do IGP-M. A expectativa é que o índice fique
em torno de 0,20%. Na primeira prévia, a variação foi de
0,21%. Na quarta-feira, a mesma FGV divulga o IPC-S da terceira semana de maio, que deve
ficar em torno de 0,32%.
O principal indicador de inflação da semana, no entanto,
sai na quinta-feira, quando o
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) divulga
o resultado de maio do IPCA-15, indicador que funciona como prévia do IPCA, índice que
baliza a meta de inflação do BC
(Banco Central).
O mercado prevê que o IPCA-15 fique em 0,28%. Qualquer variação acima disso aumenta as chances de corte de
apenas 0,25 ponto na Selic. Em
abril, o índice ficou em 0,22%.
"Na última reunião do Copom, o placar ficou em 4 votos a
3 para corte de 0,25. Basta alguém mudar de lado, para ocorrer um corte maior. E as condições para isso aumentaram na
última semana. Mas tenho dificuldade em prever uma redução de mais de 0,25. Seria a primeira vez em que o BC faria
uma mudança no ritmo", diz
Elson Teles, economista-chefe
da corretora Concórdia.
"A próxima reunião do Copom pode dar meio ponto se o
IPCA-15 e a segunda prévia do
IGP-M vierem baixos. Mas
muita gente começou a observar os contratos de juros mais
longos, que estavam indicando
um retorno muito baixo, com
taxa real [descontada a inflação] de 5%, que talvez não seja
factível com o Brasil", diz André Ng, da Infinity Asset.
O IBGE divulga na quinta-feira a taxa de desemprego de
abril, prevista para ficar em
10,1% da PEA (População Economicamente Ativa), mesmo
patamar de março.
Nos Estados Unidos, não há
divulgação de índices de inflação. Os dois principais indicadores esperados dizem respeito
ao mercado imobiliário: venda
de imóveis novos, na quinta, e
de casas velhas, na sexta. "Os
indicadores do mercado imobiliário americano ainda são importantes para ver se há contaminação [da crise, com os financiamentos de alto risco] para outros setores. Todos estão
de olho nisso", diz Monica
Araúdo, da corretora Ativa.
O mercado americano ficará
atento ainda ao discurso, na
terça-feira, de Ben Bernanke, o
presidente do Federal Reserve,
o Banco Central dos EUA.
Também acompanhará de perto, na quinta, o resultado das
encomendas de bens duráveis,
importante indicador de consumo americano, e dos pedidos
de seguro-desemprego, termômetro do aquecimento no mercado de trabalho americano,
que funciona como uma prévia
da taxa de desemprego no país.
Na quarta, as atenções se voltam para as explicações que o
Banco da Inglaterra divulgará
sobre o aumento nos juros britânicos, que passou de 5% para
5,25% na semana passada.
Na quinta-feira, o BC divulga
o resultado das contas externas
brasileiras de abril, o que pode
mexer com o dólar. A expectativa é que o saldo em transações
correntes fique em US$ 1,350
bilhão. Em março, o saldo havia
chegado a US$ 817 milhões.
(TONI SCIARRETTA)
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