São Paulo, segunda-feira, 21 de maio de 2007

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Discussão sobre Copom movimenta a semana

Juro deve ter corte de 0,25 a 0,5 ponto percentual

DA REPORTAGEM LOCAL

Dividido sobre a expectativa do ritmo de corte nos juros, o mercado financeiro deve ficar atento nesta semana a todos os índices de inflação e às informações que permitam chegar a um consenso sobre o rumo que o Copom (Comitê de Política Monetária) tomará em sua próxima reunião, marcada para os dias 5 e 6 de junho.
A dúvida é se a autoridade monetária fará um corte de 0,5 ponto ou de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que está em 12,5% ao ano.
Hoje, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga a segunda prévia de maio do IGP-M. A expectativa é que o índice fique em torno de 0,20%. Na primeira prévia, a variação foi de 0,21%. Na quarta-feira, a mesma FGV divulga o IPC-S da terceira semana de maio, que deve ficar em torno de 0,32%.
O principal indicador de inflação da semana, no entanto, sai na quinta-feira, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o resultado de maio do IPCA-15, indicador que funciona como prévia do IPCA, índice que baliza a meta de inflação do BC (Banco Central).
O mercado prevê que o IPCA-15 fique em 0,28%. Qualquer variação acima disso aumenta as chances de corte de apenas 0,25 ponto na Selic. Em abril, o índice ficou em 0,22%.
"Na última reunião do Copom, o placar ficou em 4 votos a 3 para corte de 0,25. Basta alguém mudar de lado, para ocorrer um corte maior. E as condições para isso aumentaram na última semana. Mas tenho dificuldade em prever uma redução de mais de 0,25. Seria a primeira vez em que o BC faria uma mudança no ritmo", diz Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia.
"A próxima reunião do Copom pode dar meio ponto se o IPCA-15 e a segunda prévia do IGP-M vierem baixos. Mas muita gente começou a observar os contratos de juros mais longos, que estavam indicando um retorno muito baixo, com taxa real [descontada a inflação] de 5%, que talvez não seja factível com o Brasil", diz André Ng, da Infinity Asset.
O IBGE divulga na quinta-feira a taxa de desemprego de abril, prevista para ficar em 10,1% da PEA (População Economicamente Ativa), mesmo patamar de março.
Nos Estados Unidos, não há divulgação de índices de inflação. Os dois principais indicadores esperados dizem respeito ao mercado imobiliário: venda de imóveis novos, na quinta, e de casas velhas, na sexta. "Os indicadores do mercado imobiliário americano ainda são importantes para ver se há contaminação [da crise, com os financiamentos de alto risco] para outros setores. Todos estão de olho nisso", diz Monica Araúdo, da corretora Ativa.
O mercado americano ficará atento ainda ao discurso, na terça-feira, de Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA. Também acompanhará de perto, na quinta, o resultado das encomendas de bens duráveis, importante indicador de consumo americano, e dos pedidos de seguro-desemprego, termômetro do aquecimento no mercado de trabalho americano, que funciona como uma prévia da taxa de desemprego no país.
Na quarta, as atenções se voltam para as explicações que o Banco da Inglaterra divulgará sobre o aumento nos juros britânicos, que passou de 5% para 5,25% na semana passada.
Na quinta-feira, o BC divulga o resultado das contas externas brasileiras de abril, o que pode mexer com o dólar. A expectativa é que o saldo em transações correntes fique em US$ 1,350 bilhão. Em março, o saldo havia chegado a US$ 817 milhões.
(TONI SCIARRETTA)

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