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Após corte, auditor ameaça retomar greve
Governo corta salário de 7 dos 54 dias parados, e sindicato de fiscais vê retrocesso nas negociações
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal cortou
apenas 7 dos 54 dias não trabalhados pelos auditores fiscais
em greve entre 18 de março e 9
de maio. O pagamento dos servidores será feito no dia 2 de junho, mas uma prévia dos contracheques, disponível na internet para os servidores, mostrou que haverá o desconto.
Nem todos os servidores grevistas terão o ponto cortado. Isto porque o Unafisco (Sindicato
Nacional dos Auditores da Receita Federal) conseguiu liminares na Justiça Federal em 14
Estados para evitar o desconto
dos dias parados. Entre os Estados que ficarão fora do corte estão São Paulo, Minas Gerais,
Bahia e Pernambuco.
A Receita Federal disse que
ainda não tem o levantamento
de quantos auditores fiscais sofrerão o corte de ponto, mas
confirmou o desconto. Segundo a assessoria da Receita, o
corte será parcelado, por isso
foram descontados apenas sete
dias na folha deste mês. Como o
STF (Supremo Tribunal Federal) só autorizou o corte em 8
de abril, serão 34 dias cortados,
divididos em quatro meses.
O secretário-geral do Unafisco, Rogério Calil, considerou
um retrocesso nas negociações
o desconto de salário. Ele lembrou que a greve foi suspensa
no dia 12, mas pode ser retomada em 2 de junho se o governo
não avançar nas negociações.
"O corte de ponto estava no
bojo das nossas negociações. Se
não houver avanço nesse período de trégua, vamos retomar a
greve no dia 2", disse Calil.
Os auditores fiscais da Receita reivindicam equiparação salarial com os delegados da Polícia Federal, que no próximo
ano terão aumento para R$ 19,7
mil. O governo ofereceu aumento para R$ 19 mil até 2010.
Os auditores querem o reajuste
até abril de 2009.
A Advocacia Geral da União
(AGU) também confirmou o
corte de ponto de 345 grevistas
que continuaram a greve mesmo após a decisão do STF de 9
de abril. Segundo a AGU, o corte ocorreu a partir do dia 9.
José Wanderley Kozima,
presidente da Associação Nacional dos Advogados da União
(Anauni), lembrou que a greve
foi encerrada logo após a decisão do Supremo. "Não me parece uma decisão jurídica, mas
política, porque suspendemos
as paralisações sem qualquer
notificação sobre a ilegalidade
da greve", disse. "Se o ponto foi
cortado, queremos também receber as horas extras que tivemos que fazer pelo trabalho
acumulado. Seria muito mais
oneroso para o governo e vamos levar a questão ao judiciário, em última instância."
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