Petróleo favorece papéis de estatal; Bolsa avança 0,11%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A valorização das ações da Petrobras evitou que a Bolsa de Valores de São Paulo chegasse ao fim do pregão com perdas. Após operar em baixa durante quase todo o dia, a Bovespa terminou as operações com alta de 0,11%, aos 73.516 pontos.
Responsáveis por 25% do que foi negociado ontem, as ações da Petrobras responderam à elevação no preço do barril de petróleo, que ronda pela primeira vez os US$ 130. Ontem, em Nova York, o petróleo fechou a US$ 129,07, em alta de 1,59%. Além disso, o mercado financeiro ainda trabalha à espera de novidades sobre as últimas descobertas da empresa.
A ação preferencial da Petrobras, que movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão, registrou valorização de 3,32%; o papel ordinário subiu 3,03%. A elevação na estimativa para o preço dos papéis da companhia, feita por um banco estrangeiro, também aumentou o apetite pelo ativo.
Ivan Guetta, gestor de renda variável da GAP Asset Management, diz que "a alta forte da Petrobras evitou que a Bolsa não tivesse um dia ruim, como foi lá fora". Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 1,53%; a Bolsa eletrônica Nasdaq terminou com recuo de 0,95%. Para a economia americana, o encarecimento do petróleo é um fator negativo, devido a seu impacto nos índices de inflação.
Ontem, foi divulgado o PPI (índice de preços ao produtor americano), que subiu 0,2% em abril, mostrando que a inflação dos alimentos, um dos fatores de maior pressão na economia, reduziu-se. O núcleo do índice, que exclui os preços de alimentos e energia, aumentou 0,4%, duas vezes mais que o previsto.
A rápida e contínua escalada da Bovespa, que se acelerou após o Brasil ser promovido a "investment grade", tem feito investidores e analistas se questionarem até onde o mercado acionário terá fôlego para subir. Desde o dia 30, a Bovespa já avançou mais de 15%. A pontuação alcançada ontem, a maior da história -foi o 10º recorde quebrado em 2008-, significa que nunca as empresas listadas na Bolsa valeram tanto.
"A Bolsa de Valores andou muito e de forma bem rápida. Deve haver realização de lucros no curto prazo. Se for considerado o longo prazo, mantemos a visão positiva para o mercado de ações", avalia Guetta.
A Bolsa caiu durante o dia por uma realização de lucros e marcou perdas de 1,76% em seu pior momento. Mas logo se recuperou. Outros papéis que se destacaram ontem foram Rossi Residencial ON (alta de 5,69%) e Gerdau PN (2,25%).
O dólar encerrou ontem estável, a R$ 1,65.


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