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UE propõe fim do subsídio para o álcool
Com os altos preços dos alimentos, órgão executivo do bloco quer eliminar ajuda aos agricultores de 45 por hectare
Proposta envolve outras medidas, como a redução dos subsídios aos grandes agricultores, e apenas deve ser votada em novembro
Philippe Huguen - 20.out.05/France Presse
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Trator transporta beterraba na França; UE discute subsídios |
DA REDAÇÃO
A Comissão Européia, o braço executivo do bloco de 27 países, propôs o fim do subsídio
pago aos agricultores para cultivar lavouras usadas na produção de biocombustível. A proposta faz parte de um pacote
para tentar elevar a produção
agrícola do bloco no momento
em que a cotação de vários alimentos está batendo recorde.
Pela proposta, a União Européia eliminará o subsídio do álcool de 45 por hectare, como
uma tentativa de fazer com esses agricultores cultivem outros alimentos. Em nota, o bloco também disse não descartar
que não será alcançada a meta
de que 10% dos veículos da região usarão álcool até 2020.
"A meta nunca foi alcançar a
qualquer preço 10% de [carros
movidos a] biocombustível.
São 10% sob algumas condições rigorosas. Entre essas
condições estão um esquema
de sustentabilidade robusto e
factível e a viabilidade comercial dos biocombustíveis de segunda geração. O esquema de
sustentabilidade da UE está no
momento sendo discutido no
Conselho e no Parlamento europeus. Ele será o primeiro
desse tipo no mundo. Ele precisará garantir que a produção
não terá efeitos colaterais negativos e que será robusta e
executável."
O projeto do Conselho Europeu para a PAC (Política Agrícola Comum) do bloco prevê
medidas como a redução do
subsídio pago aos donos de
propriedades maiores e o fim
da exigência para que os produtores não cultivassem anualmente 10% das suas terras.
"A UE reagiu com rapidez ao
aumento repentino dos preços
dos alimentos. Estamos lidando com um problema com múltiplas causas e várias conseqüências. Por isso, temos de
agir ao mesmo tempo em várias frentes para solucioná-lo",
afirmou, em comunicado, o
presidente da Comissão Européia, o português José Manuel
Durão Barroso.
Alterações
O novo projeto, que vai até
2013, será encaminhado no
próximo mês ao Conselho Europeu (que reúne os chefes de
Estados) e precisa ser aprovado
pelo Parlamento do bloco e pelos ministros da Agricultura da
região. A expectativa é que ele
só seja aprovado em novembro.
Até lá, no entanto, o projeto
deve sofrer alterações. A França, que é o principal produtor
agrícola do bloco e o que mais
recebe subsídios, se manifestou
contra a proposta. O ministro
da Agricultura, Michel Barnier,
afirmou que alguns pontos
"não são aceitáveis".
Os franceses defendem que,
com a alta dos preços dos alimentos, é cada vez mais importante a ajuda aos agrícolas. "A
crise alimentícia nos dá um
motivo para preservar a capacidade de produção que temos na
Europa", disse Barnier. Já outros países, como o Reino Unido, defendem cortes mais profundos e afirmam que a subida
dos preços tornou a ajuda desnecessária. A Alemanha também já disse ser contra a alguma das medidas.
Para a comissária da Agricultura da UE, Mariann Fischer
Boel, as novas medidas "são para dar liberdade aos nossos
agricultores, para que eles possam atender a crescente demanda e responder rapidamente ao que o mercado está dizendo para eles". "Trata-se
também de simplificar, racionalizar e modernizar a PAC e
dar aos nossos agricultores os
meios necessários para enfrentar os novos desafios, tais como
as alterações climáticas."
Com agências internacionais
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