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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Dólar deve seguir em queda, diz Senna
Se a crise não adquirir uma
dimensão maior, o que parece
cada vez mais provável, a tendência é a de o dólar continuar
a cair em relação ao real. Ontem, o dólar fechou em R$ 2,02,
a menor cotação desde outubro
do ano passado.
A atuação do Banco Central
no mercado, que tem comprado dólar quase todos os dias para tentar evitar uma valorização excessiva do real, não deve
mudar essa tendência. Pelo
menos o Banco Central aproveita para voltar a ampliar as
reservas do país, uma estratégia que se mostrou importante
para o país enfrentar a crise
sem maiores traumas.
A opinião é do economista
José Júlio Senna, sócio-diretor
da MCM Consultores Associados. Segundo ele, há fatores objetivos e subjetivos que explicam essa queda do dólar em relação ao real num ritmo mais
forte do que está ocorrendo
com outras moedas.
Entre os fatores objetivos,
Senna destaca o fato de o Brasil
ter administrado bem a sua dívida externa nos últimos anos.
Ao formar esse colchão de reservas, o balanço de pagamentos do país se tornou menos
vulnerável. A conta do juro para o pagamento da dívida externa caiu significativamente.
Para ter uma ideia, em 2003,
há apenas seis anos, portanto, o
item juro representava 58% do
total de remessas de renda e
serviços (juros, dividendos, royalties, viagens, fretes etc). Essa conta deve cair para 13%
neste ano.
Segundo José Júlio Senna,
esse fator tem sido vital para
que o Brasil registre um modesto déficit em conta corrente, de
apenas cerca de 1% do PIB,
principalmente em comparação com outros emergentes,
como África do Sul, Austrália e
Hungria, que estão com déficit
na casa de 4% a 5% do PIB.
Senna aponta outros fatores
objetivos. Entre eles, a alta das
commodities e a constatação
de que o Brasil está plugado na
China, que, apesar da crise,
continua sendo um grande importador.
Mas há, na opinião de Senna,
fatores subjetivos. O principal
deles é a imagem que o Brasil
desfruta hoje no exterior. O fato de o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva ter dado prioridade à estabilidade econômica e
mantido a autonomia do Banco
Central faz com que os investidores estrangeiros confiem no
país. O presidente Barack Obama chegou a dizer que Lula era
o cara.
Mesmo o lado fiscal, que pode ser considerado o ponto fraco do governo, na opinião de
muitos, como do próprio Senna, não tem sido levado em
consideração. Afinal, o mundo
inteiro está fazendo a mesma
coisa. Hoje, gastar é a regra do
jogo em quase todos os países.
"Criticar a política fiscal não
produz eco lá fora", diz Senna.
AQUECIMENTO
Marcello Pessoa, diretor-executivo da Lock Engenharia, vê
na Copa de 2014 uma oportunidade para firmar negócios
com os times de futebol. A empresa já assinou contrato com
o São Paulo e com o Palmeiras para reformar seus estádios e
negocia com mais cinco times da primeira divisão do Campeonato Brasileiro a reforma das casas. "A crise nos fez
olhar para obras que precisam ser feitas independentemente
da conjuntura econômica", afirma. Além de adequar o espaço ao padrão exigido pela Fifa para receber os jogos da Copa,
os projetos visam também melhorar a performance financeira dos clubes, com abertura de lojas e restaurantes no local, por exemplo.
NA TAÇA
Marc de Grazia, considerado um dos maiores caça-talentos de pequenos produtores de vinho na Itália, veio ao Brasil nesta semana para evento da importadora Vinci,
em SP e no Rio, com produtores do mundo todo. Desde os
anos 1970, Grazia garimpou os melhores crus do país e incentivou pequenos produtores a vinificarem suas criações
com métodos modernos. Sobre o Brasil, Grazia diz que
aqui há potencial para consumir vinhos italianos de qualidade, pois já está desenvolvida a gastronomia italiana.
AO TRABALHO
O benefício que gera mais interesse na escolha da empresa por um estagiário é a oferta de cursos e treinamentos, segundo levantamento do Ciee (Centro de Integração
Empresa-Escola). Em seguida aparece a assistência médica e odontológica. A enquete foi realizada em
março e abordou 7.964 jovens.
LEITURA
Chega nesta semana às livrarias americanas e brasileiras, o livro "Vencer no
Caos" (226 págs.), do guru do
marketing Philip Kotler e do
consultor John Caslione.
Lançado no Brasil pela Campus-Elsevier, o livro aborda
medidas de cortes de custos.
AZEITE
A partir deste mês, a Gomes da Costa assume venda,
distribuição e marketing das
linhas de azeite, vinagre e
azeitona da marca Carbonell
no Brasil, com exceção de
SP, GO, MT e MS.
COM NOTA
A população de Belém é a
que mais pede nota fiscal, segundo estudo da GfK Indicator em várias capitais brasileiras. Cerca de 66% dos belenenses disseram que pedem nota a cada compra. Na
sequência, estão: Fortaleza
(56%), São Paulo (51%) e Belo Horizonte (50%). Foram
abordados consumidores
das regiões metropolitanas
de Belém, Belo Horizonte,
Curitiba, Fortaleza, Porto
Alegre, Recife, Rio, Salvador
e São Paulo.
SEDE
São Paulo é a cidade das
Américas que sediou mais
eventos internacionais em
2008, segundo ranking da
Associação Internacional de
Congressos e Convenções
que acaba de ser divulgado.
Com 75 eventos, a capital
paulista ficou em 12º lugar
na comparação com outras
293 cidades do mundo. Paris
e Viena lideram o ranking,
com 139 eventos em cada
uma. Nova York aparece no
centésimo lugar, que divide
com outras sete cidades.
COMPARTILHADA
O governador de Minas
Gerais Aécio Neves esteve
ontem em Brasília para negociar a compra de 50% da
CEB (Companhia Energética de Brasília) pela Cemig
(Companhia Energética de
Minas Gerais). Ele apresenta
como garantia a gestão compartilhada da empresa.
BAGAGEM
Jeanine Pires, presidente
da Embratur, que acompanha a missão presidencial na
Turquia, vai fazer hoje uma
apresentação a empresários
do país.
VAREJO
Os lojistas de varejo parceiros da operação Crediário
Caixa Fácil, da Caixa Econômica Federal, registraram
recorde de financiamentos
no final de semana do Dia
das Mães, com evolução nas
vendas de 15% a 100% em relação a 2008. O Crediário
Caixa Fácil atua no financiamento de bens de consumo.
INVESTIMENTO
O laboratório analítico
privado Bioagri vai investir
R$ 40 milhões neste ano em
equipamentos, novos laboratórios e outros. Parte do
valor é destinada para a preparação para atender ao
Reach, nova norma para regular exportações de substâncias químicas para a
União Europeia.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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